São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 2011

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País pagou US$ 10 milhões por "carona espacial"

DE SÃO PAULO

A viagem que levou Marcos Pontes ao espaço, em 29 de março de 2006, foi bem diferente do que havia sido combinado em 1997, quando o Brasil assinou um contrato para participar da construção da ISS (Estação Espacial Internacional).
Como membro "júnior" do consórcio, o país deveria entregar aos EUA alguns equipamentos para a estação, orçados inicialmente em U$ 120 milhões.
Em troca, o país teria direito a treinar e enviar um astronauta ao espaço em um ônibus espacial.
O contrato não foi cumprido: o Brasil não entregou equipamentos, após sucessivos atrasos. Do valor combinado, só foram investidos US$ 10 milhões.
Com a explosão do ônibus espacial Columbia, em 2003, as missões tripuladas americanas foram reduzidas, dificultando ainda mais uma eventual ida ao espaço do astronauta brasileiro.
Mesmo assim, a AEB (Agência Espacial Brasileira) não quis abortar a missão.
A solução encontrada foi conseguir uma "carona" com a nave espacial russa Soyuz. Por ela, o Brasil desembolsou US$ 10 milhões.
Ou seja, a viagem -batizada de Missão Centenário, em homenagem aos cem anos do voo do 14 Bis- custou US$ 1 milhão por dia.
O alto custo da missão foi motivo de polêmica e dividiu os próprios cientistas.
Nos oito dias em que ficou na ISS, Pontes realizou oito experimentos científicos diversos, que não renderam grandes avanços à ciência brasileira. Entre eles, plantar um pezinho de feijão e analisar radiação em bactérias.
Depois do retorno de Pontes à Terra, a AEB pouco avançou nas negociações para uma segunda missão espacial brasileira.
Atualmente, a participação do Brasil na construção da Estação Espacial Internacional está congelada. E sem previsão de retorno.(GM)


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