São Paulo, quarta-feira, 23 de maio de 2001

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PANORÂMICA

AMBIENTE

Reunião de Estocolmo deve assinar hoje convenção contra poluentes orgânicos
Ministros de 127 países, incluindo os Estados Unidos, concordaram ontem com o texto de um tratado para banir -ou pelo menos diminuir o uso- de 12 compostos tóxicos conhecidos como a "dúzia suja" ("dirty dozen", em inglês). A convenção deverá ser assinada hoje em Estocolmo, onde se realiza uma conferência das Nações Unidas sobre os poluentes orgânicos persistentes (POPs).
"Foi adotada a primeira convenção global do novo século", disse Kjell Larsson, ministro do Ambiente da Suécia, depois de golpear a mesa com um martelo de madeira. O tratado foi aprovado por consenso, sem votação formal. Larsson instou as nações participantes a ratificarem o pacto rapidamente (a convenção só ganha força de lei internacional quando 50 dos países signatários a ratificarem, ou seja, quando for aprovada nos respectivos Parlamentos).
A delegação brasileira aprovou a convenção, mas pediu oficialmente uma exceção de cinco anos na proibição do heptacloro, usado para combater cupins.
Os POPs são acusados de causar cânceres e más-formações em seres humanos e animais no mundo inteiro, mesmo em lugares distantes da fonte emissora. É o caso, por exemplo, de substâncias tóxicas encontradas no leite de mulheres esquimós da etnia inuit, no Ártico.
Esta é a lista dos 12 poluentes: aldrin, clordano, DDT, mirex, dieldrin, dioxinas, furanos, PCBs, endrin, heptacloro, hexaclorobenzeno (HCB) e toxafeno. Alguns deles são também suspeitos de prejudicar o funcionamento de sistemas hormonais em animais e seres humanos, provocando problemas como a feminilização de populações masculinas. São por isso também conhecidos como "perturbadores endócrinos".
Os POPs mais comuns são pesticidas como o DDT, que anos depois se descobriu ser tóxico. São chamados de persistentes porque permanecem no ambiente anos a fio, acumulando-se em tecidos com gordura. (DA REDAÇÃO)


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