São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2004

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MEDICINA

Cientista vê elo entre suicídio e antidepressivo
Um cientista do governo americano que afirmou no ano passado que antidepressivos aumentam o risco de suicídio em crianças escreveu um memorando na semana passada dizendo que um novo estudo confirma sua hipótese.
Andrew Mosholder, epidemiologista da FDA (agência que regula fármacos e alimentos nos EUA), descobriu no ano passado 22 estudos que mostravam que crianças sob antidepressivos tinham risco dobrado de se tornar suicidas.
Seus chefes discordaram da descoberta, não divulgaram suas recomendações e iniciaram uma nova análise.
Mosholder diz que os resultados da nova análise, conduzida em parte na Universidade Columbia, coincidem com os de seu levantamento. Apesar de os estudos terem usado métodos diferentes e números diferentes, eles chegaram a conclusões semelhantes.
Na nova análise, o Paxil, remédio fabricado pela GlaxoSmithKline, e o Effexor, feito pela Wyeth, aumentaram o risco de comportamento suicida em crianças ainda mais do que o que havia sido detectado pelo estudo de Mosholder.
A descoberta alimenta o debate nos EUA sobre a prescrição de antidepressivos a crianças e adolescentes. Para alguns médicos, o benefício dessas drogas ainda supera o risco.
"Limitar as escolhas dos médicos no tratamento de crianças deprimidas não é bom", disse Graham Emslie, pesquisador cujos estudos sobre antidepressivos são pagos tanto pela indústria farmacêutica quanto pelo governo norte-americano.
Autoridades da FDA têm tido dificuldade em explicar por que a agência americana agiu de forma tão distinta de sua contraparte britânica, que no ano passado proibiu o uso em crianças de todos os antidepressivos, à exceção do Prozac. A Wyeth disse que o Effexor não é aprovado para crianças. A Glaxo não comentou o estudo. (DO "NEW YORK TIMES")


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