|
Índice
Sonda parte para estudar erupção magnética no Sol
Nasa/Jaxa
|
Ilustração mostra como será a Solar-B operando em órbita |
Nave Solar-B medirá explosões na superfície solar que afetam satélites na Terra
Artefato integra uma série
de observatórios espaciais
destinados a esquadrinhar
o Sol; próxima nave dessa
frota deve voar em outubro
DA REDAÇÃO
Um consórcio internacional
liderado pelo Japão lançou ontem uma sonda destinada a
buscar a resposta para a origem
das misteriosas explosões magnéticas na superfície do Sol.
A Solar-B, um satélite de 900
quilos e 10 metros de envergadura, partiu às 18h36 de ontem
(hora de Brasília) a bordo de
um foguete japonês M5, de
uma base em Kagoshima. Ela
ficará em órbita a 600 quilômetros da Terra, posicionada de
maneira a que esteja iluminada
pelo Sol pelo menos nove meses por ano.
A missão deverá passar três
anos observando o Sol e coletando dados sobre o campo
magnético da estrela. Ela está
equipada com três telescópios
que permitirão olhar com uma
acurácia inédita a coroa solar e
as chamadas ejeções coronais
de massa, labaredas gigantescas que se levantam da superfície e que às vezes mandam
grandes quantidades de partículas eletricamente carregadas
(íons) para a Terra.
O estudo das ejeções de massa é de interesse direto dos terráqueos. As tempestades solares, viajando a 1,5 milhão de
quilômetros por hora, atingem
a Terra em meia hora (a luz do
Sol demora 8 minutos para
chegar aqui) e interferem em
satélites, causando panes de comunicação. Em 1989, um desses eventos chegou a causar um
blecaute no Canadá.
Os cientistas ainda não sabem o que provoca as erupções
solares, mas a aposta é que mudanças drásticas e repentinas
no campo magnético da estrela
sejam as culpadas. As erupções
provavelmente acontecem
quando as linhas do campo
magnético do Sol interagem
umas com as outras, rompendo-se e se reconectando, o que
libera grandes quantidades de
energia em forma de labaredas.
Para tirar a teima, só mesmo
observando e medindo em detalhe o conturbado campo
magnético solar. É isso o que a
Solar-B deve fazer.
A nova sonda poderá medir o
campo magnético solar em
grande detalhe. Isso é fundamental para saber quando as linhas magnéticas se dobram e
mergulham de volta na superfície solar, liberando energia.
A sonda também poderá registrar como a energia armazenada no campo magnético da
estrela é liberada -gradual ou
violentamente- quando as linhas de força explodem na direção da atmosfera solar.
Entender como o processo
acontece pode ajudar a prever
fenômenos de "meteorologia
espacial".
Frota estelar
A Solar-B, resultado de uma
parceria da Jaxa (agência espacial japonesa) com a Nasa e a
ESA (suas equivalentes americana e européia, respectivamente) é a segunda missão de
uma série de quatro destinadas
a desvendar o Sol e sua influência sobre a Terra.
A próxima nave da frota a ser
lançada é a americana Stereo,
uma dupla de sondas com decolagem prevista para o mês que
vem, que deverá capturar imagens tridimensionais do Sol pela primeira vez.
Índice
|