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GENÔMICA
Estudo britânico acha 1.557 genes ativos no 7º trecho analisado do DNA humano; vários atuam no sistema imune
Grupo detalha estrutura do cromossomo 6
DA REDAÇÃO
Pesquisadores no Reino Unido
terminaram a análise minuciosa
("anotação") do cromossomo humano 6, que contém genes ligados à resposta imunológica do
corpo contra bactérias e vírus. É o
maior dos 24 tipos de cromossomo da espécie humana completado até agora, com 2.190 genes potenciais, e compõe cerca de 6% do
genoma humano.
O sequenciamento do genoma
humano foi concluído em abril
por uma equipe internacional. Os
pesquisadores estão agora analisando de perto cada um dos cromossomos, pedaços altamente
condensados de DNA, para tentar
usar as informações para prevenir, diagnosticar e tratar doenças.
Até agora, só haviam sido realizadas análises detalhadas dos cromossomos 20, 21, 22, 7, 14 e Y (exclusivo de indivíduos do sexo
masculino). Isso corresponde a
17% do genoma humano.
"O cromossomo 6 é muito rico
em genes imunológicos. Esses são
genes que nos dão proteção contra patógenos", disse Stephan
Beck, chefe do sequenciamento
genômico humano no Sanger
Centre, em Cambridge, Reino
Unido. "Eles basicamente determinam se você sobrevive ou não
quando é for contaminado por
bactérias ou vírus."
"Esses genes do cromossomo 6
estão envolvidos no processo de
quebra de pequenos pedaços de
patógenos invasores e de levá-los
à superfície da célula", disse Beck.
Os pedaços alienígenas são reconhecidos como agentes inimigos
(infecção) por outras células, que
matam os organismos invasores.
Beck disse que os genes imunológicos são importantes para a
medicina dos transplantes, porque os médicos serão mais capazes de parear doadores e receptores de órgãos de forma adequada.
"Esses genes são absolutamente
críticos para ter bons pareamentos em medicina de transplante."
A sequência anotada é apresentada na edição de hoje da revista
"Nature" (www.nature.com) e
está disponível em bancos de dados de acesso público.
Genes e pseudogenes
Estima-se que 1.557 genes do
cromossomo 6 sejam funcionais
(ativos), dos quais apenas 772 já
haviam sido descritos. Os outros
633 são "pseudogenes" (inativos).
Beck e seu grupo identificaram
cerca de 130 genes que parecem
capazes de causar ou gerar predisposição a doenças específicas. "A
maioria das doenças envolvidas
aqui é complexa, significando que
muitos genes estão implicados,
mas há também desordens de um
único gene", afirmou.
O gene PARK2, que está envolvido numa forma de mal de Parkinson que se manifesta precocemente, e o gene HFE, que está ligado a hemocromatose hereditária, também estão localizados no
cromossomo 6. A hemocromatose é uma moléstia em que as pessoas absorvem quantidade excessiva de ferro, o que pode levar a
danos nos órgãos internos.
O cromossomo 6 também carrega a maior aglomeração conhecida de genes associados com sequências de tRNA (ou RNA de
transferência). Essas moléculas
complexas ajudam a traduzir a
"receita" presente no DNA em
proteínas, que por sua vez realizam as funções vitais.
Cada cromossomo é feito de
uma molécula de DNA (ácido desoxirribonucléico), que tem a forma de uma dupla hélice composta
por quatro bases químicas, representada pelas letras A (adenina),
T (timina), G (guanina) e C (citosina). O arranjo das letras, em
trios, pode especificar um dos 20
aminoácidos que podem participar da composição das proteínas.
Uma sequência com vários desses
trios (chamados de códons) perfaz um gene. A maior parte dos 3
bilhões de pares de bases presentes no DNA não constituem genes
-sua função exata ainda não é
muito clara para os cientistas.
Com agências internacionais
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