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PALEONTOLOGIA
Réptil herbívoro viveu há 87 milhões de anos, com 40 m de comprimento, 16 m de altura e 100 toneladas
Argentinos encontram o maior dinossauro
CLAUDIO ANGELO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando o assunto são dinossauros, os argentinos têm todo
motivo para inflar o ego. A cada
dia que passa alguém descobre,
na Patagônia, um fóssil maior que
o outro. Mas vai ser difícil bater as
dimensões do bicho que acaba de
ser encontrado na província de
Río Negro: 40 m de comprimento,
16 m de altura e um peso estimado
em 100 toneladas.
Com todo esse tamanho, o animal pode ser o maior ser vivo que
já andou sobre a Terra (no mar,
ainda vive a baleia azul, com mais
de 150 toneladas e até 33 m).
Vértebras do pescoço do megarréptil foram desenterradas pelo grupo do paleontólogo Jorge
Calvo numa jazida abandonada
de petróleo e gás, cerca de 1.200
km a sudoeste de Buenos Aires.
Calvo trabalha na Universidad del
Comahue, na cidade de Neuquén.
O pesquisador, que deve passar
o fim-de-semana no local procurando mais vestígios, afirmou que
as vértebras têm cerca de 1 metro
de diâmetro. Elas provavelmente
pertenceram a um saurópode, um
herbívoro pescoçudo, que viveu
há cerca de 87 milhões de anos, no
Período Cretáceo (de 144 milhões
a 65 milhões de anos atrás), o último da era dos dinossauros.
Se confirmada a descoberta, o
novo animal passa a ocupar o topo da galeria dos gigantes, tomando o lugar de um conterrâneo, o
argentinossauro. Descoberto em
1990 pelo paleontólogo Rodolfo
Coría, o argentinossauro é um bicho de quase 100 toneladas e mais
de 30 metros de comprimento.
Pertence a um grupo de saurópodes endêmico da Patagônia, ou
seja, que não existe em nenhum
outro lugar do planeta.
O fóssil descoberto por Calvo,
possivelmente do mesmo grupo,
é de um réptil um pouco maior
-se é que se trata de uma espécie
diferente, no fim das contas.
"Do argentinossauro só se encontraram vértebras do dorso,
enquanto do novo animal, vértebras do pescoço. Mas ambas podem ser da mesma espécie, de indivíduos de tamanhos diferentes", disse à Folha o paleontólogo
Reinaldo Bertini, da Unesp de Rio
Claro, interior paulista.
Os répteis são conhecidos por
nunca parar de crescer enquanto
vivem. É possível, portanto, que o
novo fóssil não passe de um argentinossauro muito velho.
Com agências internacionais
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