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Proteção natural contra distrofia está no próprio genoma, diz grupo
Estudo com famílias brasileiras pode apontar opção ao uso de células-tronco
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma doença sem cura que,
aos poucos, causa degeneração
dos músculos da face e da cintura. Dois membros da mesma
família portadores da mutação
que pode desencadeá-la. Um
tem a disfunção. O outro não
tem nenhum sintoma.
Ao investigar, em cinco famílias, a razão dessa discrepância,
cientistas da USP acabam de
abrir um caminho alternativo
para entender as conexões genéticas da doença, um tipo de
distrofia muscular. No futuro, a
detecção exata de onde está o
problema genético poderá ajudar no controle da disfunção.
"É um processo que ocorre
em paralelo a um outro campo
de estudo, o da terapia celular
via células-tronco", afirmou à
Folha a geneticista Mayana
Zatz, principal autora da pesquisa, cujos resultados são publicados hoje na revista
"PNAS". O grupo brasileiro é
especialista em estudar a genética das distrofias.
Os resultados da pesquisa,
diz Zatz, permitem alicerçar
uma hipótese de trabalho. "A
expressão gênica das pessoas
sem sintomas mostra que existem outros genes, além daquele
onde está a mutação para distrofia, dando uma espécie de
proteção [contra a doença]."
O problema, agora, é identificar onde essas novas conexões
genéticas estão. Uma das suspeitas, diz Zatz, recai sobre os
microRNAs. Essas moléculas,
descobertas nos anos 1990, a
cada ano se consolidam com
grandes reguladoras do genoma humano. "Mas outros genes
podem estar envolvidos", diz.
(EDUARDO GERAQUE)
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