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MEDICINA
Doença ocorre de forma severa e check-up deve ser feito aos 40 anos
Câncer de próstata afeta mais negros
GABRIELA SCHEINBERG
DA REPORTAGEM LOCAL
O câncer de próstata afeta mais
homens negros, com uma incidência duas a três vezes maior do
que o restante da população masculina. O dado epidemiológico foi
obtido a partir de uma campanha
para prevenção da doença realizada em 1998 no Hospital das Clínicas, em São Paulo, que atendeu
3.000 homens.
"Embora dados dos EUA já indicassem a prevalência, essa é a
primeira vez que dados brasileiros correlacionam a doença com a
raça negra", disse o urologista Sami Arap, coordenador da campanha do HC-USP.
O câncer de próstata que afeta
os negros (chamado adenocarcinoma) ocorre mais precocemente
e é mais grave do que outros tipos.
A incidência elevada do câncer
de próstata em negros deve-se
principalmente a fatores genéticos, acreditam os cientistas.
O "check-up", segundo Arap,
geralmente é realizado a partir
dos 50 anos de idade. "No entanto, para homens da raça negra e
pessoas com histórico familiar da
doença, o check-up deve ser feito
a partir dos 40", informou Arap.
Quando a doença é diagnosticada cedo, a chance de cura é maior.
Segundo Arap, hoje 80% dos casos são descobertos em pacientes
que não apresentam sintomas,
com o tumor em fase inicial.
Ele explica que há dois problemas mais frequentes associados à
próstata. O primeiro é a hiperplasia, o aumento de tamanho da
glândula. O segundo, o câncer. "A
hiperplasia não é sempre indicativo de câncer", afirmou. "Por isso,
é preciso avaliar o problema corretamente."
Para verificar se um homem
tem câncer de próstata, realizam-se dois exames: o toque retal, feito
no próprio consultório médico, e
o PSA (antígeno prostático específico, na sigla em inglês). O PSA é
um exame laboratorial que avalia
a presença desse antígeno no corpo. Se o paciente tiver o PSA elevado, ele pode ter câncer.
O Instituto Nacional do Câncer
estima que, este ano, 6.850 brasileiros morrerão em decorrência
do câncer e 14.830 terão a doença
diagnosticada.
Uma segunda campanha está
sendo realizada esta semana no
Hospital das Clínicas. A iniciativa
objetiva atender 4.000 homens.
Além de avaliar o paciente, Arap
informou que vai distribuir um
questionário para avaliar o comportamento sexual do homem
paulistano entre 50 e 70 anos.
"Queremos conhecer os padrões
sexuais do brasileiro", disse.
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