São Paulo, sábado, 24 de maio de 2008

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Desembargador já conseguiu descrever 350 bromélias no país

Elton Leme/Arquivo Pessoal
O botânico autodidata Elton Leme em Nova Venécia (ES)

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos finais de semana, nas férias e nos feriados, o desembargador Elton Leme, 47, viaja para locais de difícil acesso e normalmente sem qualquer infra-estrutura. Seu objetivo, porém, não é apenas relaxar longe do agito da metrópole, mas se embrenhar em matas e procurar novas espécies de bromélias.
O botânico autodidata, que trabalha no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, pesquisa plantas desde a adolescência e fez sua primeira descrição de bromélia aos 19 anos. Leme optou por cursar direito em vez de biologia, mas manteve o hobby e já descobriu 350 espécies de bromélias, sua especialidade.
Na pesquisa de Marcos Sobral, da UFMG, ele é citado como o principal autor de descobertas entre 1990 e 2006, com 205 descrições. "As duas atividades [o direito e a botânica] me completam. Não existe competição entre elas", diz o desembargador.
Os lugares em que faz expedições em busca de "bromélias perdidas" são lindos, porém só atraem pessoas com grande espírito aventureiro. "Quanto mais difícil o acesso, melhor. Se ninguém tiver passado por lá, melhor ainda", diz.
Um desses locais é uma mata em Santana de Pirapama (MG), na região da serra do Cipó, que foi pouco explorada e onde é necessário o uso de GPS para se localizar. Em muitas viagens é preciso acampar e carregar todo o equipamento por horas.

Última paixão
E qual das bromélias é a sua preferida? "Não conseguiria citar só uma. Mas a última descoberta é sempre a paixão do momento", diz. "Aliás, a última pela qual me apaixonei é feia. Tem três metros de folha e espinhos grandes", conta. A próxima expedição será na segunda quinzena de junho, para o parque estadual de Grão Mogol (MG).
É a segunda vez que visita o local em busca de descobertas. Na primeira, no ano passado, encontrou duas espécies novas, a Orthophytum graomogolense e a Orthophytum piranianum.


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