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São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003

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EMBRIOLOGIA

Células criam peixes com duas caudas

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao tentar entender como os animais vertebrados formam suas caudas, cientistas na França produziram peixes com duas delas. E descobriram a parte do embrião que funciona como principal formadora dos rabos, o chamado "organizador" da cauda.
Todos vertebrados, incluindo o homem, desenvolvem uma cauda quando são embriões, que depois desaparece (ou não).
O estudo foi feito com o peixe popularmente conhecido como paulistinha, comum em aquários domésticos, cujo embrião transparente permite seu fácil estudo.
Antoine Agathon, Christine Thisse e Bernard Thisse, do Instituto de Genética e de Biologia Molecular e Celular, de Estrasburgo, França, fizeram experimentos com células do embrião em uma fase inicial, em que ele consiste apenas em uma bola oca.
Os experimentos lembram outros, pioneiros, feitos por Hans Spemann em 1924. Spemann ganhou o prêmio Nobel de Medicina de 1935 pela descoberta do "organizador", grupo de células que induz à diferenciação de outras em torno, servindo de fonte de sinais para a formação do eixo do corpo do embrião.
Agathon e colegas escolheram células que não pertencem ao equivalente no peixe do organizador de Spemann. Elas foram implantadas em outros embriões. O resultado foi a cauda extra.
A equipe também mapeou a sinalização bioquímica envolvida. Curiosamente, parte da sinalização que forma a cauda também está ligada à formação da cabeça -só que pela estimulação, em vez da inibição, dos sinais.


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