São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

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memória

Tese ganhou nome errado, diz Vanzolini

DA REPORTAGEM LOCAL

"Fizemos apenas um modelo de especiação de uma espécie. Um bicho. Nós não desenvolvemos nada. Não usamos o termo "teoria dos refúgios" no trabalho de 1970."
A frase acima, dita por Paulo Vanzolini em entrevista à Folha em março, é apenas mais um tempero no polêmico caldo que envolve esta tese científica, criada sobre idéias dele e do biólogo Jürgen Haffer.
Basicamente, os adeptos dessa teoria - sempre muito questionada por causa da escassez de registros paleontológicos para sustentá-la- dizem que toda a biodiversidade da Amazônia surgiu de áreas que sempre foram florestadas e úmidas.
Nessas regiões é que o ocorreu o isolamento reprodutivo das espécies. Depois -quando as áreas mais secas diminuíram em tempos de mais umidade- é que a colonização ganhou mais terreno.
Além da invasão marinha, que pode ou não estar ligada a uma mudança do clima, a barreira imposta pelos caudalosos rios amazônicos também é sempre usada para explicar a especiação.
Porém, pelo menos para as saúvas, parece que tanta água não formou um obstáculo tão eficiente.
Apesar de reativar a importância dos refúgios, o estudo das formigas traz uma informação totalmente oposta à prevista pela teoria original.
O DNA sugere que, há mais ou menos 21 mil anos, no auge da era do gelo, a espécie de saúva mais presente nas áreas úmidas tinha uma distribuição muito mais abrangente do que outra espécie de área seca. (EG)


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