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CIÊNCIA
Proteína direciona
células no cérebro
da Redação
Um estudo descobriu que uma
proteína produzida pelo corpo é
capaz de "guiar" células dentro do
cérebro, fazendo com que migrem de uma área para outra.
Uma das aplicações potenciais
dessa descoberta é o controle da
migração -que poderia, por
exemplo, corrigir os danos provocados por doenças degenerativas
como o mal de Alzheimer.
O "guia" -a proteína Slit-
funciona repelindo as células, como se as estivesse enxotando.
Sua propriedade guiadora foi
descoberta por pesquisadores da
Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis,
nos EUA. O estudo que relata a
descoberta foi publicado na revista "Nature" desta semana.
"Essa é a primeira demonstração de uma molécula que orienta
a migração dos neurônios", disse
Yi Rao, um dos pesquisadores.
"Ela poderia ser utilizada para
controlar a migração indesejada
de células de tumor ou para levar
células terapêuticas a regiões específicas do cérebro em pacientes
portadores do mal de Parkinson
ou de Alzheimer."
Nessas doenças, células do cérebro se deterioram, perdendo sua
função original e causando sintomas como tremores (Parkinson)
e confusão mental (Alzheimer).
Um tratamento potencialmente eficaz seria o transplante de
neurônios -a substituição das
células doentes por células em estado perfeito.
Segundo Rao, é isso o que sua
pesquisa pode tornar possível.
"Você não poderia injetar neurônios na parte certa do cérebro
sem danificar outras células. Mas
talvez você pudesse injetá-los em
uma parte menos vulnerável e
usar a Slit para fazê-los chegar à
área correta."
O caminho das células
Os cientistas estudaram o bulbo
olfatório (área do cérebro responsável pelo olfato) de ratos.
Durante as duas primeiras semanas após o nascimento, o bulbo olfatório continua recebendo
neurônios "jovens" (em estágio
inicial de desenvolvimento) da
área na qual são originados, chamada zona subventricular.
Os cientistas fizeram experiências com pedaços de cérebro contendo essas áreas.
Observaram, por exemplo, as
células percorrendo o caminho
entre o bulbo e a zona subventricular, "acuadas" pela Slit.
O estudo destaca que a migração celular é crucial em vários
processos, como a formação do
coração e das veias e o desenvolvimento muscular.
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