São Paulo, sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

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Participação tem apoio dos pesquisadores

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A comunidade astronômica brasileira, de forma geral, é favorável ao esforço para fazer parte do ESO.
"A grande maioria é a favor, e em reunião da Sociedade Astronômica Brasileira, foi decidido que é isso sim que queremos", afirma Beatriz Barbuy, pesquisadora do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP.
Com o acordo, os pesquisadores poderão planejar projetos que envolvam alguns dos mais sofisticados equipamentos de pesquisa do mundo.
O grupo de Michel Mayor, do Observatório de Genebra, por exemplo, se tornou o mais importante caçador de planetas fora do Sistema Solar graças às instalações do ESO. E o VLT (Telescópio Muito Grande) é líder em pesquisas de ponta, em diversos segmentos da astronomia.
Agora, tudo isso vem com um desafio: os projetos brasileiros terão de ser tão bons ou melhores que os europeus. Diferentemente dos outros acordos de uso de telescópios estrangeiros, como o Gemini, no ESO o Brasil não tem um tempo específico de utilização reservado.
Os projetos dos países-membros são julgados pelo mérito, e se faltar qualidade na produção brasileira, há o risco de pagar e não levar.
O MCT avalia que esse é um risco menor. "Isso será uma mudança de escala para a astronomia brasileira", diz o ministro Sérgio Rezende.
Mas há quem discorde dessa avaliação. Entre eles está João Steiner, do IAG, que participou ativamente das últimas ampliações da infraestrutura brasileira para a astronomia, com a entrada no Gemini e a construção do telescópio Soar, no Chile. Mesmo os descontos feitos pelo ESO não o convencem.
"Continuo achando o que sempre achei: esse acordo é uma total irresponsabilidade", diz. "Nós vamos pagar uma enormidade de dinheiro para os europeus fazerem ciência." (SN)


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