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DE VOLTA À TERRA
Astronauta visitou Senai em São Paulo
Escola conclui protótipo de peça brasileira para estação espacial
REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil começa a cumprir sua
parte no acordo que permitiu ao
país ser integrante da ISS (Estação
Espacial Internacional), e o astronauta Marcos Cesar Pontes veio a
São Paulo para visitar a escola do
Senai (Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial) que
concluiu o protótipo da peça brasileira da estação espacial.
A versão preliminar da peça foi
revelada ao público ontem, mas a
estrela foi Pontes, como tem
acontecido desde seu retorno ao
Brasil. Os alunos da Escola Senai
Suíço-Brasileira, em Santo Amaro, lotaram o auditório do lugar
para aplaudi-lo e cercaram o astronauta (que também foi aluno
do Senai quando garoto) com
uma parede de telefones celulares,
tentando fotografar Pontes.
O protótipo entregue ontem,
feito em resina, servirá de base para uma espécie de prateleira de alta tecnologia da ISS. Uma vez colocada na estação, ele permitirá,
por exemplo, manter preso um
equipamento externo do complexo que esteja passando por manutenção, assegurando a transmissão de dados entre ele e a ISS e impedindo que ele se desgarre no espaço. "O protótipo será homologado, isso demora um pouco.
Mas não creio que a Nasa [responsável pela avaliação] coloque
alguma dificuldade", disse o presidente da AEB (Agência Espacial
Brasileira), Sérgio Gaudenzi.
Em sua versão final, a peça deverá custar entre US$ 6 milhões e
US$ 8 milhões. Gaudenzi estima
que serão necessários cerca de
seis meses para que seja concluída
a licitação para produzir a peça final. "Temos a possibilidade de fazer adaptações, porque a idéia é
justamente ter uma peça que a indústria brasileira possa fabricar",
afirma ele. No total, a participação
do Brasil na ISS ficaria em torno
de US$ 12 milhões (o total inicial
era de US$ 120 milhões).
Bem-humorado, Pontes elogiou
a precisão do protótipo. "Eu diria
que, mais que milimetricamente,
é isso aí", sentenciou. Afirmou
também que tinha vontade de
voltar ao espaço e até passar seis
meses na ISS (tempo normal de
um tripulante). "Eu gostaria, gostaria mesmo. O coração fica dividido, porque gostaria de ver outros brasileiros participando. Se
outra pessoa for, eu também vou
estar apoiando, e muito."
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