São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 2000


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AMBIENTE
Pesquisa universitária dos EUA usa microrganismos para cortar a emissão de gás carbônico em termelétricas
Algas podem filtrar poluentes de usinas

Yann Arthus-Bertrand
Piscina termal de Yellowstone, EUA, onde vivem as algas unicelulares usadas para absorver CO2


CLAUDIO ANGELO
DA REPORTAGEM LOCAL

Falar em termelétricas a carvão "verdes" hoje parece até piada de mau gosto. Essas usinas são uma das formas mais poluentes de produzir energia que se conhecem. Mas, para o engenheiro David Bayless, da Universidade de Ohio, EUA, isso pode mudar em cinco anos. Bayless desenvolveu um sistema capaz de reduzir em até 60% as emissões do gás pelas usinas de carvão. O "filtro" usado para isso é barato e fácil de encontrar: algas unicelulares conhecidas como cianobactérias.
Na presença da luz, as algas absorvem o gás carbônico para fazer fotossíntese, mecanismo pelo qual elas obtêm energia. Nada melhor, portanto, que "alimentar" esses seres com o poluente.
Bayless e um grupo de colegas projetaram um biorreator onde o gás carbônico produzido pela queima do carvão é dissolvido em água para formar bolhas de gás bicarbonato. A água é despejada em telas que contêm algas.
As telas recebem luz por meio de cabos de fibra óptica. Dessa forma, os microrganismos têm o que precisam para absorver o carbono. "Eles "bebem" o gás dissolvido na água", disse Bayless à Folha. "Essa idéia é discutida há 40 anos, mas até agora ninguém havia pensado em fazer o gás passar por uma colônia de algas antes de ir para a chaminé", afirmou.
O projeto, financiado pelo Departamento de Energia dos EUA, ainda deve demorar cinco anos para funcionar nas usinas.
Depois de absorver o gás, as algas seriam lançadas em um tanque, onde poderiam ser usadas para produzir hidrogênio combustível -elas têm essa capacidade. "Até que não é um mau uso para um subproduto", brinca Bayless.


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