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Filhos dos técnicos mortos receberão bolsas de estudo; prefeitura de São José sugere a construção de mausoléu coletivo
Vítimas e foguete estavam sem seguro
ELIANE MENDONÇA
DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O Cecomsaer (Centro de Comunicação Social da Aeronáutica)
informou ontem que os equipamentos destruídos no acidente
com o VLS-1, ocorrido na última
sexta-feira na base de Alcântara
(MA), não estavam segurados
porque, segundo o Comando da
Aeronáutica, não existe seguro
para equipamentos militares. Os
prejuízos com o incêndio ainda
não foram calculados.
Além disso, os funcionários envolvidos na missão também não
tinham seguro de vida. Segundo
informação do Cecomsaer, as 21
vítimas não tinham seguro. "O
governo federal não faz seguro de
vida para seus servidores", disse
ontem o diretor de Planejamento,
Orçamento e Administração da
AEB (Agência Espacial Brasileira), Antonio MacDowell , logo
após a primeira reunião da comissão de apoio aos familiares
das vítimas.
No entanto, segundo o Comando da Aeronáutica, algumas das
vítimas do acidente em Alcântara
tinham seguro de vida individual.
O presidente da AEB (Agência
Espacial Brasileira), Luiz Bevilacqua, reafirmou ontem à Folha a
intenção do governo federal de
pagar as indenizações aos familiares das vítimas, além de toda a assistência financeira que for necessária para translado, funeral e sepultamento dos corpos. O valor
ainda não foi definido.
"Isso ainda será acertado entre
o governo e o CTA (Centro Técnico Aeroespacial). Agora, estamos
priorizando a criação da comissão de apoio aos familiares das vítimas, que foi um pedido especial
do ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral", disse o presidente da agência.
A comissão, que foi oficialmente criada ontem, é formada por
um representante da prefeitura,
um do Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais), um do CTA
e um da AEB.
A primeira medida anunciada
pela comissão foi a concessão de
bolsas de iniciação científica para
os filhos das vítimas que estão
cursando o ensino superior. O benefício, segundo MacDowell, já
está acertado com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Para aqueles que estão no ensino
médio, serão oferecidas bolsas de
iniciação científica júnior.
A Prefeitura de São José dos
Campos disponibilizou ontem
um telefone para o atendimento
às famílias. O número é o 0/xx/
12/3947-8115. "A comissão tratará
exclusivamente de assuntos ligados ao funeral, homenagem às vítimas, identificação, liberação e
translado dos corpos à cidade.
Além disso, a comissão vai cuidar
posteriormente do apoio jurídico
e do fornecimento de informações sobre a apuração das causas
do acidente", disse o prefeito
Emanuel Fernandes (PSDB), que
prorrogou ontem o luto oficial,
decretado na sexta-feira, por mais
três dias.
O secretário de Governo da Prefeitura de São José dos Campos,
Eduardo Cury, disse ontem que a
intenção da administração é de
construir um mausoléu para as
vítimas do acidente. No entanto,
segundo ele, essa proposta ainda
está em discussão com os familiares e o CTA. "Vamos respeitar a
vontade das famílias. Mas queríamos prestar essa homenagem,
que não seria da prefeitura, mas
de toda a cidade", disse.
Onze corpos, já identificados,
saíram do Instituto Médico Legal
de São Luís para serem velados na
capela da base de Alcântara, antes
de serem levados a São José dos
Campos. Ainda é preciso identificar o resto das 21 vítimas. Uma
missa de sétimo dia acontecerá na
Catedral Militar de Brasília.
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