São Paulo, sábado, 27 de março de 2004

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BIOTECNOLOGIA

Após Venter sair da Celera, cai Haseltine

Genômica empresarial sofre o seu segundo grande revés em 2 anos

ANDREW POLLACK
DO "NEW YORK TIMES"

William A. Haseltine, presidente da Human Genome Sciences (HGS), deixa a companhia no momento em que ela se debate com sua visão de transformar informação genética numa cornucópia de novos medicamentos.
Haseltine disse anteontem que vai se aposentar ainda neste ano, provavelmente no segundo semestre, assim que um sucessor for encontrado e ele completar 60 anos. Afirmou que a decisão foi voluntária e que, como a empresa está mudando da pesquisa genética para o desenvolvimento de remédios, precisa de uma executivo mais experiente da área farmacêutica, e não de um cientista.
A companhia está sob pressão porque seus dois principais medicamentos fracassaram em testes clínicos. Suas ações, que fecharam anteontem a US$ 11,39, estão longe do pico de US$ 241 alcançado quatro anos atrás, quando parecia encarnar toda a promessa da genômica [pesquisa com base nos dados da soletração do DNA humano]. A empresa anunciou que cortará 200 postos de trabalho.
A saída de Haseltine de certo modo repete a de Craig Venter do topo da Celera, dois anos atrás. Venter foi claramente posto para fora, mas Haseltine nega que o mesmo tenha acontecido com ele.
A HGS havia sido fundada em 1992, para comercializar informações genômicas obtidas por Venter. Haseltine acreditava que elas fossem um atalho para a descoberta de medicamentos. Em 1993, a SmithKline Beecham (hoje GlaxoSmithKline) pagou US$ 125 milhões pelo acesso à base de dados, mas só dois remédios chegaram à fase de testes clínicos.


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