|
Próximo Texto | Índice
Médicos descobrem novo tipo de gêmeos nos EUA
Crianças são "semi-idênticas", produto da fusão de um óvulo e dois espermatozóides
Irmãos compartilham 100%
do DNA materno mas só
50% do paterno; fenômeno
só foi descoberto porque um
dos bebês é hermafrodita
DA REDAÇÃO
Gêmeos normalmente são
classificados como idênticos
(com o mesmo DNA) ou fraternos (com DNA diferente). Um
grupo de médicos acaba de descobrir, porém, um terceiro tipo
de fraternidade, um grau de semelhança intermediário entre
os dois tipos já conhecidos.
Um grupo liderado pela pesquisadora Vivienne Souter, do
Centro Médico Samaritano
Banner Good, nos EUA, fez a
descoberta ao analisar o DNA
de dois bebês de identidade
não-revelada. Um nasceu hermafrodita; o outro é um menino aparentemente normal.
Ao analisar os bebês, os cientistas descobriram que seus
alelos (genes de uma das duas
cópias de DNA) herdados por
parte de mãe eram iguais, mas a
herança paterna era diferente.
"Os gêmeos compartilham
100% dos alelos maternos e
aproximadamente 50% dos paternos", relatam Souter e colegas em estudo na na revista
"Human Genetics".
Segundo os pesquisadores, o
fenômeno aconteceu porque os
gêmeos se originaram de um
único óvulo fecundado por dois
espermatozóides do mesmo
pai. O zigoto formado teria então se dividido em dois, dando
origem a dois embriões.
Ao que tudo indica, o fenômeno é muito raro. Já se sabia
que a fertilização dupla era possível: ocorre em cerca de 1% dos
casos, mas em geral o embrião
não sobrevive. Para que ela resulte em gêmeos semi-idênticos, porém, ainda é preciso que
ocorra a divisão do zigoto.
Além de raros, os gêmeos
quase-idênticos são difíceis de
descobrir. As duas crianças
mencionadas no estudo provavelmente não teriam despertado a curiosidade de cientistas
se uma delas não tivesse problemas anatômicos.
Uma característica relevante
da composição genética dos gêmeos, descoberta pelos cientistas, é que eles são "quimeras",
ou seja, nem todas as células no
corpo de cada um deles possuía
DNA igual. "A proporção de células XX [femininas] e XY
[masculinas] varia entre os gêmeos e entre tecidos analisados", afirmou o grupo.
Isso significa que, dependendo da parte do corpo de onde
eles extraíam as células para a
análise genética, um DNA diferente estava presente, tanto na
criança hermafrodita quanto
no bebê normal.
Próximo Texto: Troca genética faz sagüi poder gerar sobrinhos Índice
|