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Dupla faz tomografia 4D em estrutura de carbono
Tecnologia une três dimensões espaciais e o tempo, fazendo um "filme"
Tomografia estática não explica como moléculas se movem e reagem; ideia é observar ação de célula, proteína e vírus
RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO
"Átomos são como humanos: a única maneira de saber como se comportam é observando-os em ação."
A frase do Prêmio Nobel
Ahmed Zewail, químico do
Caltech (EUA), resume a motivação por trás de sua nova
invenção: uma tomografia
em 4D, que soma as três dimensões espaciais e o tempo.
Para descrever uma estrutura, basta uma foto ou uma
maquete. Mas para saber como algo se comporta, é necessário um "filme". Foi o
que os cientistas fizeram com
nanotubos de carbono, mostrando como se movem e reagem. A "sociologia" dos átomos, nas palavras de Zewail.
Não imagine a tecnologia
em hospitais, porém. "Humanos são muito maiores do
que as coisas com que se consegue fazer tomografias em
4D", diz Kwon Oh-hoon, pós-doutorando de Zewail.
"Mas o objetivo é elucidar
processos biológicos em proteínas, vírus e células. Então
essa tecnologia pode contribuir com a saúde humana."
Zewail conta que os já está
trabalhando com tomografias 4D de células biológicas.
"A técnica é bastante abrangente", diz. Os nanotubos
devem ser só o começo.
A escala de tempo é de
femtossegundos (um segundo divido por um quatrilhão). Um femtossegundo está para um segundo assim
como um segundo está para
32 milhões de anos.
A técnica consiste em somar 4.000 projeções estáticas tiradas de uma série de
ângulos e em diferentes momentos, criando um "filme".
O estudo foi publicado no
periódico "Science".
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