São Paulo, quarta, 28 de janeiro de 1998


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CIÊNCIA
Estudo liga cafeína à morte súbita de bebês

da "Reuters"

Gestantes que tomam mais de quatro xícaras de café por dia durante a gravidez podem estar aumentando o risco de morte súbita de seus bebês, segundo estudo realizado por pesquisadores neozelandeses.
Esse é o primeiro estudo que sugere uma relação entre morte súbita de bebês e o consumo elevado de cafeína por suas mães na gestação. Pesquisas anteriores ligavam a cafeína ao baixo peso do recém-nascido e ao aborto espontâneo.
O pediatra Rodney Ford, de Christchurch, na Nova Zelândia, e sua equipe analisaram pais de 393 crianças vítimas de morte súbita e 1.592 pais de crianças saudáveis.
Os cientistas constataram que as mães que ingeriam muito café, chá e refrigerantes com cafeína tinham maior chance de ter a doença.
"Altas concentrações de cafeína no sangue podem causar alterações nos fetos na região do encéfalo que controla a respiração", disse Rodney Ford à revista "Childhood".
Segundo Ford, a retirada da cafeína após o nascimento poderia levar o bebê a ter uma resposta inadequada quando exposto a esforços respiratórios. O pediatra diz que a redução do consumo de cafeína na gravidez pode diminuir o risco dessa síndrome.
A síndrome da morte súbita é uma doença que provoca a morte dos bebês sem uma causa conhecida. "A criança é encontrada morta no berço sem um motivo aparente", afirma o pediatra Joaquim Rodrigues, da Unidade de Pneumologia Pediátrica do Instituto da Criança.
Segundo Rodrigues, a síndrome atinge geralmente recém-nascidos com menos de quatro meses de idade.
Apesar de os pesquisadores ainda desconhecerem uma causa específica, eles levantam várias hipóteses para a doença.
Os cientistas dizem acreditar que a síndrome pode ser originada devido à aspiração de vômito ou leite, ao fechamento das vias respiratórias ou a alterações de batimentos cardíacos durante o sono.



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