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FÍSICA
Idéia é baseada na relatividade
Objeto pode "nadar" no espaço, diz cientista
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Qualquer criança sabe que nadar consiste basicamente em repetir várias vezes um conjunto de
movimentos para se locomover.
Mas só Jack Wisdom sabe como
fazer isso sem água: num estudo
pouco ortodoxo, esse físico do
MIT (Instituto de Tecnologia de
Massachusetts) propõe uma natação no espaço-temporal.
"Sim, é um estudo incomum",
ele diz. "É interessante, simples,
divertido e até bonito. Mas é realmente difícil dizer como alguém
tem uma idéia dessas", diz Wisdom, que teve seu estudo publicado on-line pela revista "Science".
A premissa partiu de uma analogia: assim como paramécios,
protozoários que usam cílios para
mudar de forma e andar por uma
superfície curva, um corpo também poderia se mover pelo espaço (que é quadridimensional e
curvo, segundo a relatividade),
apenas mudando de forma.
Da analogia para a conclusão,
há muita matemática no caminho. "Você está correto em dizer
que a habilidade de nadar em superfícies bidimensionais não implica automaticamente a habilidade de nadar no espaço-tempo",
afirma Wisdom. "Um cálculo separado precisa ser feito para mostrar que é de fato possível. No estudo, eu digo que fiz as contas e
elas mostram que funciona."
Que ninguém, entretanto, se
anime a sonhar com naves propelidas pela geometria do espaço-tempo. A curvatura desse "continuum", como dizem os físicos, é
muito suave, e deformações de
um corpo de um metro na Terra
só resultariam numa "braçada"
de 10-23 metro.
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