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ANÁLISE
Desastre é o Katrina da petroleira BP, não de Obama
CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA
É difícil dizer que o vazamento de óleo no golfo do
México será para Barack
Obama o que o furacão Katrina, em 2005, foi para seu antecessor, George W. Bush.
O Katrina foi uma tragédia
imediata, que matou desde o
primeiro momento; o vazamento é mais insidioso -para sorte do presidente, o óleo
demorou a chegar a terra.
Mas Obama parece ter
aprendido com as falhas de
Bush. Assim que a dimensão
da potencial tragédia ficou
clara, nove dias depois da explosão da plataforma, mobilizou a Defesa. Ontem, deu
sua primeira grande coletiva
em dez meses para assumir a
responsabilidade pelo pior
derrame de óleo do país.
Bush levou dez dias para
voar até Nova Orleans, e ainda cometeu a gafe de cumprimentar o diretor da agência
federal de emergências pelo
"serviço supimpa". Levou a
culpa desde o início.
Obama enfrenta eleições
em novembro, e o acidente
ameaça a aprovação de sua
lei de energia. Até agora, tem
conseguido transferir a ira da
população para a BP. É à empresa, não ao presidente, que
as placas na Louisiana pedem suas praias de volta.
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