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CLIMA
"Cético" do aquecimento global recebe dinheiro de termelétrica
DA REDAÇÃO
Usinas termelétricas estão
financiando as pesquisas de
um dos poucos cientistas climáticos que ainda duvidam
do papel da ação humana no
aquecimento global.
O crítico desse atual consenso, Patrick J. Michaels, é
professor de ciências ambientais da Universidade da
Virgínia (EUA) e climatólogo
oficial desse Estado americano. No ano passado, Michaels disse a homens de negócios da Europa e dos Estados Unidos que estava ficando sem dinheiro para continuar a analisar as pesquisas
de outros cientistas sobre
mudança climática.
Depois desse pedido, a Intermountain Rural Electric
Association, termelétrica de
Sedalia, no Colorado, doou a
Michaels US$ 100 mil. Stanley Lewandowski Jr., diretor-geral da empresa, anunciou que outra empresa planejava uma contribuição de
US$ 50 mil e que uma terceira pretendia contribuir com
as pesquisas no ano que vem.
"Não podemos deixar que
a discussão seja monopolizada pelos alarmistas", disse
Lewandowski numa carta a
outras termelétricas, escrita
no último dia 17. Hoje, é consenso entre os cientistas que
o aquecimento global é causado principalmente pela
queima de combustíveis fósseis (como carvão mineral e
petróleo) feita pelo homem.
Lewandowski e Michaels,
que tem doutorado em climatologia ecológica pela
Universidade de Wisconsin,
reconhecem abertamente as
doações e dizem não ver problemas nelas. Mas alguns
ambientalistas afirmam que
se trata de um claro conflito
de interesses. "Esse é um caso clássico de indústrias
comprando ciência para
apoiar suas pretensões antiambiente", afirmou Frank
O'Donnell, presidente do
grupo Clean Air Watch.
Michaels escreve colunas
em jornais e tem um livro
chamado "Meltdown" ("derretimento"), onde expõe
suas teses sobre a "distorção" do aquecimento global.
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