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CÉREBRO
Achado pode dar pista para tratar esquizofrenia
Pesquisa explica como estresse afeta a memória de curto prazo
DA ASSOCIATED PRESS
Quantas pessoas chegaram em
casa após um dia estressante e
descobriram que haviam esquecido algum evento ou tarefa importante? Agora, ao menos, há uma
explicação científica para o descuido: o estresse afeta a memória.
Quem quer que já tenha subido
num palco ou encarado um vestibular já sabe disso. Mas um grupo
de cientistas descobriu como
acontece, um achado que, dizem,
pode ajudar a descobrir tratamentos para doenças como esquizofrenia e transtorno bipolar.
Situações estressantes nas quais
os indivíduos não têm controle
são capazes de ativar uma enzima
no cérebro chamada quinase protéica C, que prejudica a memória
de curto prazo e outras funções
no córtex pré-frontal, a área do
cérebro envolvida em decisões. O
estudo foi feito com ratos e macacos induzidos ao estresse pela
equipe de Amy Arnsten, da Escola
Médica de Yale, nos EUA, e publicado na revista científica "Science" (www.sciencemag.org).
A enzima, conhecida pela sigla
PKC, também está ativa no distúrbio bipolar e na esquizofrenia,
e Arnsten nota que o primeiro
episódio psicótico pode ser precipitado pelo estresse.
Ao afetar aquela parte do cérebro, dizem os cientistas, a PKC
poderia desempenhar um papel
na impulsividade, falta de concentração e baixa capacidade de
julgamento típicas dos doentes.
A descoberta de que estresse
sem controle ativa a PKC indica
uma possível nova direção para
tratamento -buscar drogas que
inibam a ação da enzima.
A PKC afeta uma parte do cérebro que permite o raciocínio abstrato, usando a memória de trabalho, que é constantemente atualizada. "Esse tipo de memória parece ser prejudicado por estresses."
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