São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

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Ambiente afeta genética do cérebro

DO ENVIADO À ÁGUAS DE LINDÓIA

A ação dos retrotransposons no cérebro pode no futuro bagunçar uma concepção que tem sido vista como uma divisão clara: natureza e criação. Pesquisas do grupo do Salk mostram que as alterações genéticas causadas pelos retrotransposons -os genes pulantes- são influenciadas pelo ambiente em que um indivíduo vive.
A idéia nasceu de experimentos do biólogo Alysson Muotri apresentados no último sábado na 21ª Reunião Anual da Fesbe (Federação das Sociedades de Biologia Experimental), em Águas de Lindóia (SP). Seus resultados mostram que novos neurônios de camundongos submetidos a exercícios contínuos sofrem mais ação dos transposons no hipocampo, estrutura cerebral ligada à memória e funções cognitivas mais avançadas.
Os dados ainda são mais quantitativos do que qualitativos, mas indicam que aquilo que vivenciamos pode alterar nossa configuração genética. "A parte genética da questão interage com a parte ambiental, só para deixar a coisa mais complicada", diz Muotri. Pode ser, assim, que haja uma maneira de a criação alterar a natureza. (RG)


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