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Universidade Harvard abre curso
de biomedicina em Buenos Aires
Programa de aperfeiçoamento pode ser expandido para São Paulo em 2008
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
Pela primeira vez a Universidade Harvard, dos Estados
Unidos, oferecerá cursos na
América Latina em áreas de
ponta da pesquisa biomédica. O
primeiro curso será sobre células-tronco -campo que, além
de sua importância estratégica,
é um daqueles em que Harvard
mais se destaca na produção de
conhecimento científico. As
aulas serão em Buenos Aires, a
partir de junho do ano que vem.
Para 2008, se tudo correr como planejado, a universidade
deve estender sua proposta inicial, levando cursos eventuais a
São Paulo e Santiago.
Entre 20 e 30 cientistas de
países da América Latina que
atuem nessa área serão selecionados para participar do primeiro curso na Argentina, com
bolsas de estudo financiadas
pela iniciativa privada. O investimento inicial previsto é de
US$ 500 mil ao ano.
Batizada de Pabsela (Programa para o Avanço da Educação
em Ciências Biomédicas na
América Latina, na tradução da
sigla em inglês), a iniciativa será um treinamento intensivo
de um mês, oferecido durante
três anos, em princípio. Os trabalhos serão realizados em prédios da Fundação Instituto Leloir (o nome é referência a Luis
Federico Leloir, prêmio Nobel
de Química em 1970).
O convênio foi firmado na semana passada pelo governo argentino. Para isso, foi criada a
Fundação Crimson para o
Avanço do Conhecimento, que
administrará a "escola".
A fundação nasceu porque
nem Harvard queria tratar diretamente com o governo argentino -por um receio de que
houvesse corrupção e os fundos do projeto tivessem outro
destino- nem o governo do
presidente Néstor Kirchner
gostava da idéia de remunerar
diretamente os professores
norte-americanos.
O co-diretor do projeto, o
biólogo de Harvard Estanilao
Bachrach, que é argentino, diz
que a idéia sofreu preconceito.
"Não é uma estratégia dos EUA
para ensinar os "índios" a fazer
ciência", afirma. A idéia, de
acordo com ele, é deixar uma
semente de conhecimento de
ponta e realmente implementar uma cooperação científica.
Entre os professores de Harvard convidados para lecionar
em Buenos Aires está Douglas
Melton, que, segundo Bachrach, "pode vir", apesar de sua
disponibilidade para viajar ser
pequena. Melton trabalha na
produção de células-tronco
embrionárias humanas e em
clonagem terapêutica.
O programa internacional da
escola de medicina da universidade já firmou parcerias em
mais de 30 países, incluindo
China, Arábia Saudita, Zimbábue, França, Japão e Itália.
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