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SAÚDE
Uva de vinhos uruguaios protege mais as coronárias
MARCELO LEITE
COLUNISTA DA FOLHA
Ninguém precisa de outros bons motivos para abrir
uma garrafa do vinho tinto
produzido com a cepa de
uvas Tannat, além do alto
teor alcoólico e dos aromas
"de frutas vermelhas". Cientistas britânicos, no entanto,
acrescentaram mais um à lista: a variedade é uma das que
mais protegem o coração.
Os produtores do Uruguai
vão adorar a notícia publicada na edição de hoje da "Nature". O país é o principal reduto da uva, originária da
França. Após a introdução da
Tannat em 1870, a cepa responde pela maior parte dos
95 milhões de litros produzidos ali anualmente.
O grupo de Roger Corder,
da Queen Mary University,
investigou vários compostos
do vinho tinto -os chamados polifenóis- candidatos a
maiores responsáveis pela já
comprovada proteção.
A pesquisa queria saber
quais frações dos polifenóis
mais inibiam em certas células das artérias coronárias a
produção da endotelina-1
(ET-1), um vasoconstritor. O
composto capaz de reduzir
sua quantidade deve facilitar
o fluxo de sangue.
A análise química indicou
que os polifenóis mais ativos
do vinho tinto são as procianidinas -taninos condensados presentes em alta concentração, até um grama por
litro, em vinhos Tannat.
Os britânicos compararam
vinhos de regiões européias
de alta longevidade na população com vinhos de outras
partes. Chegaram à Província de Nuoro, na Sardenha, e
ao Departamento de Gers,
no sudoeste francês, ambos
detentores de invejáveis expectativas de vida, em particular entre homens.
Além da predileção por
Tannat, sobrevivem aí métodos tradicionais de produção
vinícola, que favorecem a extração de procianidinas das
sementes de uva. Seus vinhos tinham 2 a 4 vezes mais
atividade biológica e concentração dessas substâncias
que outros estudados.
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