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Satélite nacional tem
êxito em teste nos EUA
REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Cbers-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla inglesa), transmitiu pela primeira vez seus dados para uma
estação receptora em Dakota do
Sul, nos Estados Unidos. É a primeira vez que o satélite, fruto de
uma parceria entre a China e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), envia suas imagens
para fora do Brasil ou da China.
A intenção dos criadores do
projeto é vender as imagens no
mercado internacional, e o teste
em Sioux Falls, onde há um escritório do USGS (Serviço Geológico
dos Estados Unidos), é um primeiro passo para isso. "Temos
muito interesse em avaliar a viabilidade dessa parceria, e esse teste
de hoje [ontem] foi ótimo", declarou à Folha Thomas Holm, diretor de política e assuntos legislativos do Eros (Observação e Ciência de Recursos Terrestres), um
dos centros do USGS.
Observar recursos terrestres é
justamente a principal tarefa do
Cbers-2, "no ar" desde outubro
de 2003. Entre suas aplicações estão espionar as queimadas na
Amazônia ou acompanhar mudanças no perfil de grandes cidades do planeta. Já estão programados mais três satélites da família até 2011: Cbers-2B, Cbers-3 e
Cbers-4. Parte do interesse americano neles, explica Holm, advém
do fato de que eles são capazes de
desempenhar a mesma função
que os satélites americanos Landsat-5 e Landsat-7, que andam sofrendo panes recentemente.
"Estamos procurando alternativas, e a nossa relação de três décadas com o Inpe nos levou a considerar o Cbers. Queremos levar essa relação para outro patamar",
diz Holm. "Ainda não temos datas [para fechar o negócio], mas
nosso interesse é imediato, talvez
para os próximos seis meses."
O formato da parceria também
precisa ser definido, mas Holm
avalia que um modelo possível seria o que os próprios americanos
adotam hoje para o fornecimento
das imagens do sistema Landsat.
Nesse caso, o país receptor constrói uma estação para a coleta dos
dados e paga uma taxa anual para
recebê-los (que fica entre US$ 50
mil e US$ 100 mil, segundo ele).
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