São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2006

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Satélite nacional tem êxito em teste nos EUA

REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL

O Cbers-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla inglesa), transmitiu pela primeira vez seus dados para uma estação receptora em Dakota do Sul, nos Estados Unidos. É a primeira vez que o satélite, fruto de uma parceria entre a China e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), envia suas imagens para fora do Brasil ou da China.
A intenção dos criadores do projeto é vender as imagens no mercado internacional, e o teste em Sioux Falls, onde há um escritório do USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos), é um primeiro passo para isso. "Temos muito interesse em avaliar a viabilidade dessa parceria, e esse teste de hoje [ontem] foi ótimo", declarou à Folha Thomas Holm, diretor de política e assuntos legislativos do Eros (Observação e Ciência de Recursos Terrestres), um dos centros do USGS.
Observar recursos terrestres é justamente a principal tarefa do Cbers-2, "no ar" desde outubro de 2003. Entre suas aplicações estão espionar as queimadas na Amazônia ou acompanhar mudanças no perfil de grandes cidades do planeta. Já estão programados mais três satélites da família até 2011: Cbers-2B, Cbers-3 e Cbers-4. Parte do interesse americano neles, explica Holm, advém do fato de que eles são capazes de desempenhar a mesma função que os satélites americanos Landsat-5 e Landsat-7, que andam sofrendo panes recentemente.
"Estamos procurando alternativas, e a nossa relação de três décadas com o Inpe nos levou a considerar o Cbers. Queremos levar essa relação para outro patamar", diz Holm. "Ainda não temos datas [para fechar o negócio], mas nosso interesse é imediato, talvez para os próximos seis meses."
O formato da parceria também precisa ser definido, mas Holm avalia que um modelo possível seria o que os próprios americanos adotam hoje para o fornecimento das imagens do sistema Landsat. Nesse caso, o país receptor constrói uma estação para a coleta dos dados e paga uma taxa anual para recebê-los (que fica entre US$ 50 mil e US$ 100 mil, segundo ele).


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