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BIOTECNOLOGIA
Estudo recriou vírus da pólio em laboratório
Congressistas dos EUA criticam pesquisa por medo do terrorismo
JENNIFER COUZIN
DA "SCIENCE NOW"
Um estudo recente na revista
científica "Science", que descrevia
a criação do vírus da pólio a partir
de sequências de DNA disponíveis na internet, levou membros
do Congresso dos EUA a questionar a divulgação de certos tipos de
pesquisa e criticar a AAAS (Associação Americana para o Avanço
da Ciência), que edita a revista.
O medo de que terroristas pudessem usar a técnica descrita na
"Science" para criar armas biológicas fez com que deputados contestassem o princípio da publicação dos resultados, amplamente
aceito pela comunidade científica.
Chamando a pesquisa de "um
modelo que poderia ajudar terroristas a criar patógenos humanos
de forma barata", o deputado republicano Dave Weldon, do Estado da Flórida, propôs uma moção
criticando a AAAS.
A moção pede que as agências
governamentais de fomento reconsiderem o modo de alocação
de seus recursos. A pesquisa criticada por Weldon recebeu financiamento do próprio Departamento de Defesa dos EUA.
Coordenado por Eckard Wimmer, da Universidade Estadual de
Nova York, o estudo fez pela primeira vez o que muitos cientistas
já achavam possível: encomendou DNA de uma empresa e
montou-o na forma de um vírus
funcional da pólio.
"A técnica relatada na "Science"
não é um método prático nem eficiente para fazer vírus mais complexos e letais", disse Alan Leshner, diretor-executivo da revista.
Ele também afirmou que os métodos usados nessa pesquisa já tinham sido publicados antes.
Outros pesquisadores concordam, mas acusam a "Science" por
outro motivo: eles dizem que o artigo tinha pouco valor científico.
"Acho que fizeram isso como um
golpe [para chamar a atenção"",
afirmou Steven Block, biofísico da
Universidade Stanford que tem
assessorado o governo dos EUA
sobre bioterrorismo.
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