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Governo estuda base espacial fora do MA
Ideia é expandir programa de lançamentos comerciais, limitado por perda de território em Alcântara para quilombolas
Entre os candidatos a sediar futuras instalações estão Ceará, Amapá e Rio Grande do Norte; proximidade do equador barateia os voos
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
A AEB (Agência Espacial
Brasileira) está analisando
áreas no país para a construção
de centros de lançamento comercial de satélites.
O Brasil almeja entrar neste
mercado espacial que, apenas
em 2008, movimentou US$ 1,9
bilhão (cerca de R$ 3,6 bilhões,
em valores atuais).
De acordo com o presidente
da AEB, Carlos Ganem, ainda
não foram definidos quantos
centros de lançamento o país
vai construir, nem onde eles
vão ficar. Estão sendo analisadas áreas próximas ao mar no
Amapá, Pará, Maranhão, Ceará
e Rio Grande do Norte. Uma
reunião marcada para o começo de agosto com o presidente
Lula deve definir os locais.
A escolha desses Estados se
deve à proximidade com a linha
do Equador, região onde a velocidade de rotação da Terra é
maior. Essa condição ajuda a
impulsionar os foguetes usados
nos lançamentos, o que resulta
em economia de combustível
estimada em até 30%.
O Brasil possui hoje um centro de lançamentos em Alcântara (MA), mas nunca colocou
um objeto em órbita. Em agosto de 2003, a base de Alcântara
foi palco do pior acidente da
história do programa espacial
brasileiro: o incêndio do VLS-1
(Veículo Lançador de Satélites), que deixou 21 mortos.
Em 2005, o país fechou parceria com a Ucrânia para a criação da empresa Alcântara-Cyclone Space, voltada justamente para a exploração do
mercado de lançamentos comerciais de satélites.
O acordo prevê o uso do foguete ucraniano Cyclone-4 para lançamentos a partir de Alcântara. O primeiro teste está
marcado para 2010.
O projeto inicial previa a ampliação da base de Alcântara
para a instalação da ACS. Mas a
binacional acabou desistindo
de ocupar as áreas vizinhas ao
centro depois de uma disputa
com comunidades quilombolas, que reivindicavam a posse
da área -e que acabaram ganhando a disputa por um território de 78 mil hectares. Daí a
iniciativa da AEB em procurar
outros pontos para receber os
novos centros de lançamento.
Atualmente, o lançamento
comercial de satélites é explorado principalmente por Rússia, EUA e Europa. De acordo
com um relatório da FAA
(agência federal de aviação dos
EUA), em 2008 foram feitos 28
desses lançamentos.
Mas a AEB não tem recursos
para financiar o projeto. Desde
2005, o orçamento anual de todo o programa espacial brasileiro foi, em média, de R$ 260
milhões. Já o custo estimado
para a construção de um desses
centros é de até R$ 300 milhões. Segundo Ganem, há possibilidade de serem feitas PPPs
(parcerias público-privadas) ou
parcerias com outros países.
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