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Peru no Natal vem do Dia de Ação de Graças

ROBERTA MALTA SALDANHA
ESPECIAL PARA A FOLHA

E lá se vão alguns mil anos, antes de Cristo, quando o solstício de inverno era celebrado no final de dezembro, com festividades que duravam dias, onde todos comiam, bebiam e se felicitavam.

Gregos cultuavam Dionísio, egípcios, Osíris, persas e babilônicos celebravam Sacae, romanos festejavam Mitra -e, embora muito vagamente, quem sabe dessas festas pagãs venha a origem do Natal.

Com influência europeia, sobretudo portuguesa, a ceia brasileira está farta de estrangeirismos, a começar pelo peru.

Consumido em comemorações astecas, por mãos espanholas chegou à Europa. Foi consagrado na Inglaterra, onde substituiu o cisne como ave de Natal. Foi trazido para terras brasileiras pela família real portuguesa, em 1808, juntamente com as receitas de bacalhau com castanhas e de rabanada.

O hábito de servi-lo no Natal é herança americana, inspirado no Dia de Ação de Graças, quando serviu-se, pela primeira vez, em 1621, um peru selvagem como prato principal, criado por índios americanos. Foi popularizado por aqui no século 20.

TENDER

O tender surgiu na década de 1950, por obra de um frigorífico de São Paulo, que importou pernis de porcos defumados, em cuja embalagem constava a expressão em inglês "tender made" (feito com carinho), logo rebatizada pelos paulistanos.

Já o chester, um superfrango, fruto de 12 anos de seleção artificial, tem linhagem escocesa. Surgiu em 1982, por obra e graça de uma disputa entre dois gigantes do mercado.

Frutas secas na ceia é hábito romano. Para eles, ameixas, passas e tâmaras representavam prosperidade e fartura.

Da Itália também vem o panetone que, segundo a lenda, foi criado por Toni, apaixonado por Adalgisa, filha de um padeiro.

Essa é a ceia dos grandes centros urbanos. Fora desse circuito, a tradição de comidas bem brasileiras resiste a inovações e influências com muita galinha caipira, leitão pururuca, beiju e tapioca.

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