Sem amolação

Com a metade do peso de uma equivalente em aço, a faca de lâmina de cerâmica facilita a longa e repetitiva tarefa do corte. E, por ser quimicamente neutra, não oxida, não escurece e conserva a aparência, o sabor e o aroma dos alimentos.

"Ao deslizar facilmente é perfeita para o corte reto de alimentos como peixe, frango, frutas e verduras", diz a chef Paula Labaki, do Lena Labaki, que comprou há dois anos uma delas no exterior.

Ela recomenda um pouco mais de cuidado no manuseio, para não cortar também os dedos, e ainda alerta para problemas ocasionados por batidas e quedas porque a lâmina pode quebrar.

"A lâmina de cerâmica demora para perder o fio, não enferruja e não deforma como a de aço. É vantajosa."

"As facas de cerâmica conservam o fio por, no mínimo, dez vezes mais tempo que as tradicionais", afirma Peter Pereira da Silva, gerente da divisão de utensílios de cozinha da japonesa Kyocera.

Mas nem todos os chefs conseguem se acostumar com a leveza do material.

"A lâmina de cerâmica é extremamente afiada e corta com precisão, mas eu ainda não consegui me adaptar ao seu peso", diz a chef Morena Leite, do Capim Santo.

Além disso, há restrições para seu uso: ela não serve para desossar, cortar congelados, fatiar queijos e tirar lascas de alimentos.

LIMPEZA

A maioria dos modelos possui cabo com tratamento antiderrapante, para uma utilização mais segura, e a limpeza é mais fácil -requer apenas detergente neutro.

Além de não contaminarem os alimentos com a liberação de resíduos metálicos prejudiciais à saúde -não há níquel, chumbo nem outros metais pesados na composição-, as facas de cerâmica evitam também reações alérgicas por contaminação.

"O importante é comprar a faca ideal para cada tipo de corte. A de três polegadas é indicada para frutas e legumes, já a de seis é ideal para carnes", diz Kilian Schroeder, gerente da Ceraflame.

A diferença de preço entre as de aço é grande. Enquanto uma faca alemã de inox da marca WMF custa R$ 359 na Spicy, uma equivalente em cerâmica sai por R$ 219.