São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 2011 |
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Carne de sol domina comida de boteco Concurso de culinária boêmia valoriza mesa do norte de Minas, que lembra a nordestina, mas tem sotaque próprio Na sua 12ª edição, que termina sábado, festival envolve participação de mais de 300 bares, a maioria deles em Minas JULIANA CUNHA ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE O Bar da Lora, que venceu o Comida Di Buteco de 2010, fica no mercadão de Belo Horizonte. Às 11h de sábado, está lotado. Não há mesas, muito menos cadeiras -só uma bancada onde todos se espremem e se fartam. A loira ex-contadora Elise Fonseca, 41, compete neste ano com um prato gostoso e simples: o "não acredito". Seu petisco junta carne de sol, linguiça, mandioca na manteiga de garrafa, requeijão, farinha de pequi e molhos de seriguela e rapadura. Elise entrou no ramo ao herdar um barzinho do pai e dívidas do ex-marido. Seu prato usa o maior número possível dos ingredientes estipulados no regulamento desta versão do concurso de gastronomia, que destaca alimentos do norte de Minas. Apesar de criativo, o Bar da Lora é para fortes: a poucos metros da bancada onde a comida é servida há venda de incensos, pet shop e lojas de animais vivos para abate. É difícil saber quando há ou não um festival de comida de boteco em BH, considerando que a cidade toda é uma grande Vila Madalena. Do rústico cafofo da ex-contadora, no centro, a reportagem pula para o Bar do Zezé, mais família, zona sul. Segundo o dono, aquilo era um armazém à beira da falência quando foi salvo pelo tempero da cozinheira Alfa Martins, 55, e pelo concurso, que ele ganhou em 2004. Neste ano, o bar concorre com um prato que justifica o fato de ele estar sempre cheio, mesmo ficando a mais de 40 minutos do centro. "Sonho meu" leva músculo com feijão-andu, calabresa, bacon e mandioca-amarela na manteiga de garrafa. Quem ganha o festival leva um pratinho com o nome do evento, mas, segundo José Martins, 61, o Zé, do Bar do Zezé, a vitória chama clientes para o resto do ano. A reportagem avança até o bar Família Paulista, em Cidade Nova. Não há mais lugar para comida, mas basta chegar o prato criado (e bem apresentado) para o festival que esse espaço é inventado. Mais ""mauricinho" que os outros dois, o bar concorre com "rota do sol": charque na manteiga de garrafa com creme de abóbora e mandioca. A criação é de Rafaello Vizioli, 20, filho dos donos e estudante de gastronomia. É O AMOR Para o último bar, nem é preciso chamar o táxi: dá para ir rolando pelas ruas. A saideira é em Santa Tereza, no Bartiquim, cuja grande atração é a história do dono, Rômulo Cezar, 51. Ele ficou em terceiro lugar no ano passado com um prato dedicado à sua então mulher, batizado "amoela". O petisco era servido com pão, comprado na padaria da frente. Resultado: Cezar se apaixonou pela dona da padaria. Sua nova criação, o "to te oiano", é um creme de milho com carne de sol servido no pão italiano. Agora, mais que nunca, a maior parte dos pratos, ali, leva pão. FOLHA.com Veja receitas e os detalhes do festival folha.com.br/co913913 BAR DA LORA ENDEREÇO mercado central, na avenida Augusto de Lima, 744, loja 115, tel. 0/xx/31/3274-9409 FUNCIONAMENTO de seg. a sáb., das 9h às 18h; domingos e feriados, das 9h às 13h BAR DO ZEZÉ ENDEREÇO rua Pinheiro Chagas, 406, Barreiro de Baixo, tel. 0/xx/ 31/3384-2444 FUNCIONAMENTO de segunda a sexta-feira, das 17h às 24h; aos sábados, das 12h às 22h; não abre aos domingos BARTIQUIM ENDEREÇO rua Silvianópolis, 74, Santa Tereza, tel. 0/xx/31/ 3466-8263 FUNCIONAMENTO de segunda a sexta-feira, das 17h30 às 24h; aos domingos e feriados, das 11h às 18h FAMÍLIA PAULISTA ENDEREÇO rua Luther King, 242, loja 9, Cidade Nova; tel. 0/xx/ 31/3484-4598 FUNCIONAMENTO de seg. a sex., das 18h às 23h; sab., das 12h às 23h; dom., das 12h às 16h Texto Anterior: Fogo alto - Alex Atala: Direto de Ibitipoca Próximo Texto: Infra: Para onde eles vão? Índice | Comunicar Erros |
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