São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011

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OPINIÃO

Simplicidade do requeijão foi esquecida nas receitas

CRÍTICO DA FOLHA

Houve um tempo em que pizza era para ser condimentada com poucos sabores.
Houve um tempo em que queijo era para ser comido com pão, em sua plenitude.
No Brasil algumas dessas simplicidades foram esquecidas. Por exemplo, quando a pizza encontrou o Catupiry.
Fosse apenas o encontro deles dois como a pizza e a mozarela, apenas amalgamadas pelo tomate e perfumadas pelo manjericão- poderia ser menos pior, talvez.
Mas o Catupiry, com seu gosto salgado cortado por uma pontada ácida, e sua cremosidade impecável de requeijão, que fazem dele um pequeno orgulho brasileiro, virou coadjuvante de receitas com frango defumado, calabresa acebolada e tudo o mais que a sanha do pizzaiolo tropical resolva amontoar.
Um chef sensível sempre poderá criar receitas para o Catupiry, em que seu sabor particular seja realçado como merece, ou agregue notas relevantes aos pratos (e não aquele grude pastoso que resulta no seu excesso sobre pizzas, pasteis ou coxinhas).
Mas se não criam boas soluções, esse produto brasileiro já se basta como companheiro insuperável de outra de nossas especialidades: as compotas de frutas que herdamos dos portugueses.
Compota de goiaba, de jaca, de abóbora, de marmelo... suas caldas açucaradas envolvendo a acidez das frutas e abraçando o sal do Catupiry formam um casamento brasileirinho para ninguém botar defeito. O suflê de goiabada com calda de Catupiry do Carlota é uma interpretação inteligente desse matrimônio. (JOSIMAR MELO)


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