São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2011

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CRÍTICA RESTAURANTE

Bacalhau mantém o ritmo praiano

Restaurante nascido em Ilhabela, litoral norte de SP, tenta se adaptar à correria da capital

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Não é a primeira vez que um restaurante de praia resolve subir a serra e se instalar em São Paulo, como faz o Bacalhau, nascido em Ilhabela (litoral norte de São Paulo), onde ainda funciona.
O primeiro desafio é decidir se, na metrópole, o restaurante se adapta ao jeito paulistano de ser e comer ou reforça as características praianas -de simplicidade e despojamento- que atraem os paulistanos quando estão de bermuda e sem horário para voltar ao trabalho.
O Bacalhau opta pela segunda vertente. Instalou-se em Moema com pinta de quem está frente ao mar. As instalações são simples e rústicas, o serviço tem ritmo de férias prolongadas e só os preços nos lembram onde estamos (meio inevitável para quem serve bacalhau).
A filial paulistana abriu em setembro passado e é tocada pelos irmãos Flávia, 31, e Marcelo Siqueira Pereira Lima, 28. Embora formados em outras áreas, dedicam-se desde sempre a trabalhar com os pais, Luciano e Cláudia, na primeira unidade do Bacalhau, aberta há 15 anos.
O restaurante nasceu quando a família, mineira, mudou-se para o litoral paulista e considerou que a região não tinha boa oferta de cozinha portuguesa -especialmente uma boa oferta de pratos de bacalhau.
A filial em São Paulo surgiu para compensar os períodos de baixa estação na praia, quando o movimento é mínimo, e pensa em atender ao público tradicional do restaurante, que é basicamente de gente da capital. O cardápio -que é extenso, tem carnes e massas também- gira em torno do bacalhau, claro, e dos pescados.
O casquinho de siri tem mais gosto dos temperos do que de siri; o polvo provençal, cozido no vinho e passado no alho e no azeite, é bem-feito, macio e com a presença forte dos condimentos.
O bacalhau aparece principalmente em lascas e passa pelo teste de não estar muito seco nem salgado, como parece ser regra na cidade.
A receita da casa chega à mesa com batata, tomate, cebola, azeitona e ovos.
A única versão em posta (lombo frito no azeite, servido com manteiga e alho) já derrapa: a posta é respeitável, mas não alcança aquele ponto mágico (de quase voltar ao estado de fresco, mas com o sabor da cura) tão difícil de encontrar.
No acompanhamento, os brócolis não têm cor nem viço, mas as batatas fritas, cortadas grossas e polvilhadas de alho, se impõem.
Ainda no cardápio, mariscos à vinagrete, badejo na chapa com purê, arroz e saladinha, vários pratos de camarão e, como sobremesa, petit gâteau de goiabada soterrado pela calda de requeijão e crumble de maçã e pera.

BACALHAU
ENDEREÇO Rua Pintassilgo, 348, Moema, tel. 0/xx/11/5096-0443
FUNCIONAMENTO seg., das 11h30 às 16h; de terça a domingo, das 11h30 às 23h
AMBIENTE praiano, agradável
SERVIÇO um tanto distraído
VINHOS a carta é quase ornamental, pois os vinhos vivem em falta
CARTÕES M e V
ESTACIONAMENTO R$ 10
PREÇOS couvert, R$ 18; entradas, de R$ 13 a R$ 62; pratos principais, de R$ 38 a R$ 126 (para duas pessoas); prato executivo, R$ 25; sobremesas, de R$ 10 a R$ 16




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