FREE-LANCE PARA A FOLHA

O mesmo fôlego que o Tatuapé demonstra para lançamentos imobiliários se estende à inauguração de lojas de decoração -12 dos 20 estabelecimentos visitados pela Folha foram abertos há menos de quatro anos.
"O setor de decoração cresceu acentuadamente no bairro nos últimos cinco anos, no comércio de rua e nos shoppings", comenta Dirceu de Paula Brasil, diretor-superintendente da distrital Tatuapé da Associação Comercial de São Paulo.
Outra iniciativa que torna a região visada por decoradores é a mostra The House, que anualmente reúne profissionais dessa área e seus fornecedores.
Ainda assim, os lojistas se esforçam para segurar os moradores que têm o costume de comprar em Pinheiros ou nos Jardins.
Fidelizar esse público é a meta de 15 lojas que se associaram há mais de dois anos, formando o Núcleo Tatuapé de Decoração. A iniciativa conta com decoradores e arquitetos da região e oferece treinamento em quesitos como vendas, atendimento e decoração.
"Depois da inauguração do shopping Anália Franco, a freqüência é maior", avalia Luiz Feriotti, franqueado da Florense há mais de 12 anos e integrante do núcleo.

Migração
Curiosamente, Feriotti afirma que metade das vendas é fechada com clientes de outras regiões de São Paulo, o que também ocorre em outras lojas. Os comerciantes arriscam duas explicações. A primeira é que algumas lojas oferecem bons preços. O segundo segredo é o atendimento amistoso.
"As peças não são baratas, mas algumas lojas oferecem preços interessantes. Como o movimento é menos intenso, os vendedores dão mais atenção aos clientes", esclarece o arquiteto Sérgio de Oliveira, 55, que morou no bairro por 30 anos.
Já Nilton Elias, da Projeto Design, destaca que "é mais fácil negociar". Na loja CoziPrática, por exemplo, o parcelamento sem juros chega a dez vezes. (BMF)