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São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2003

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PRECAUÇÃO

Profissionais dão dicas para evitar que estruturas, paredes e revestimentos sejam danificados pela ação do líquido

Problema na obra pode ser a gota d'água

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Tijolos, cimento, areia, pedra. Na hora da construção, os sólidos dominam. Mas, para evitar que eles virem fumaça antes do tempo, é necessário dar atenção especial a um líquido.
Uma maneira de começar a se orientar para não negligenciar pequenas atitudes que trazem conforto e aumentam a vida útil da casa é seguir a trilha da água.
Dentro e fora do lar, os pontos que convivem com ela merecem bastante atenção para não sofrerem com infiltrações, descascamento de paredes e inundações.

Banheiro
De todos os cantos da casa, o banheiro é o que mais concentra detalhes que, se ignorados, causam uma enxurrada de complicações.
Os problemas vão do piso ao teto. Se o chão não tiver as caídas certas, a água não chega ao ralo e fica empoçada em algum ponto.
"O contrapiso geralmente está correto. O que estraga o caimento é que muitas vezes as pessoas exageram na quantidade de massa para o assentamento", analisa a arquiteta Dionéia da Paixão, 51.
A "inundação" pode chegar a outros cômodos se o box não tiver um ressalto e se as portas não contarem com soleiras. O forro, como em outros ambientes, deve ter uma distância de 2 cm da parede, para que o gesso não trinque.
"Muitos pensam que o teto não molha e o pintam com tinta látex, que não é lavável, mancha e descasca. A tinta deve ser acrílica", arremata a arquiteta Valéria Cimatti, 33, da CDA Arquitetura.
A parte hidráulica também requer atenção para escapar de vacilos. Se agrupar as áreas molhadas ajuda a economizar na metragem de tubos, quem exagera nesse quesito pode se queimar.
Segundo a arquiteta Sylvia Bremer, 35, "usar o mesmo cano para a descarga e para o chuveiro faz com que a água esquente a cada vez que se aperta a válvula".

Exterior
Do lado de fora, a impermeabilização de piscinas e caixas-d'água pode ganhar um aliado contra as infiltrações: cantos arredondados (chamados de meias-canas).
"Eles distribuem melhor a pressão, pois o encontro entre a parede e o fundo é o ponto mais vulnerável à movimentação da estrutura, que causa fissuras e trincas", explica a engenheira Eliene Costa, 37, do departamento técnico da Otto Baumgart.
Para não estragar a pintura dos muros, o engenheiro Henrique Uesugi recomenda o uso de pingadeiras. Quando chove, elas não deixam a água, misturada com a poeira, escorrer pela parede.
"Sobras da cerâmica também protegem a cabeça do muro", diz a arquiteta Selma Moreira, 35.
(BRUNA MARTINS FONTES)



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