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São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

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PRODUÇÃO

Regiões buscam explorar vocação das cidades para desenvolver estilo próprio e abandonar cópia do exterior

Pólos tentam dar cor local aos móveis do país

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um olhar mais atento às lojas de móveis paulistanas permite ver que elas têm diferentes sotaques. Das populares às requintadas, as peças chegam do Sul, do Sudeste, do Norte e do Nordeste.
O país tem 35 pólos consolidados e nove em desenvolvimento. Juntos, concentram 13,5 mil micro, pequenas e médias empresas e tentam achar uma alma verde-amarela para o setor.
Os pólos tradicionais estão nas regiões Sul e Sudeste e respondem por 90% de tudo o que é feito. No Sul, as cidades de Bento Gonçalves (RS), Arapongas (PR) e São Bento do Sul (SC) são as de maior destaque. As duas primeiras pelos móveis populares (em aglomerado e MDF), e a outra pela produção em madeira maciça e também destinada à exportação.
No Sudeste, a produção vai dos populares às peças de designers famosos, como as cadeiras do arquiteto Mies van der Rohe e do designer Philippe Starck.
Mas a quantidade de fabricantes não é sinônimo de diversidade. Nem sempre percebem-se diferenças de desenho e estilo, principalmente nas produções em série. Segundo a arquiteta Brunete Fraccaroli, ainda há a cultura da cópia do design estrangeiro, mas a prática tem sido revista.
"Os fabricantes estão percebendo que investir em design próprio não é tão custoso e que os lucros compensam o investimento", diz.
O consultor da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) Marco Aurélio Lobo Junior afirma que a preocupação já faz parte da rotina de grande parte das empresas e que a busca por uma identidade e um desenho exclusivo tem sido o maior desafio para a indústria.
"Móvel popular também precisa de design elaborado. Não é só uma questão estética, mas de ergonomia e conforto."

Móvel ecológico
Em São Paulo há peças da região amazônica, feitas com madeira certificada. A designer Etel Carmona possui marcenaria em Valinhos (a 85 km de São Paulo) e faz móveis há três anos em Xapuri (AC). "A tarefa é trabalhosa, mas gratificante. A preocupação também é social e econômica."
A Tora Brasil é outro exemplo. No Pará, o agrônomo Cristiano Ribeiro do Valle produz peças artesanais com comunidades locais. (GIOVANA TIZIANI)


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