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São Paulo, domingo, 06 de julho de 2003

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PANELINHA

Homens colocam receios e paredes abaixo para abrir suas cozinhas ao convívio da casa e até receber as visitas

Cozinha vira a mesa e ganha espaço na casa

Fernando Moraes/Folha Imagem
GOURMET PREPARA PLANOS DE DEMOLIÇÃO
Paulo Saad, presidente de empresa de software, gostou da integração e pretende derrubar mais paredes."Quero ter mais espaço para receber as pessoas"

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Fugindo de chefes estressantes ou de chefs pouco caprichosos, muitos homens adotaram a culinária como hobby. Mas, em vez de se esconderem atrás de panelas, eles decidiram, literalmente, abrir as cozinhas, dando a elas o status de ambiente de convívio.
"Essa integração é herança dos lofts", define o arquiteto Eduardo Siqueira, 54. O publicitário Edmond Yedid, 52, teve restaurantes por hobby e mantém acesa a chama de seus fogões. "Meu cômodo preferido é a cozinha, que deve estar onde todos participem."
Longe do feijão-com-arroz, a sofisticação no preparo dos pratos extrapola o livro de receitas e chega na escolha do mobiliário e do equipamento do novo canto.
Os novos gourmets dividem-se em dois perfis. O primeiro, mais ciumento, gosta de exclusividade no uso do espaço e dos utensílios e prefere uma segunda cozinha só para si, separada da que é usada para fazer os pratos do dia-a-dia.
O segundo tipo é mais sociável e adora exibir seus dotes culinários às visitas, além de recebê-las onde está cozinhando.
"Quando percebemos que o cliente tem natureza sociável, indicamos uma cozinha de estar, confortável, para fazer as refeições e receber os convidados", define Luiz Roberto Guimarães, 35, diretor da Valcucine. Ele confirma o aquecimento da procura. "Dos 52 projetos que tenho no momento, 50% são para cozinha de gourmet, a segunda da casa."
"O interesse dos homens pela segunda cozinha cresce, assim como os pedidos de fazê-la ligada ao resto da casa", diz Fábio Levi, 44, dono da Abitare. "Já projetei integração até ao "home theater'".

À mesa
Receber convidados na cozinha, aliás, é um hábito mais frequente do que se possa imaginar.
"Estou fazendo o projeto do apartamento de um casal de executivos. O marido adora o fogão e me pediu para abrir a cozinha porque pretende receber executivos estrangeiros nesse ambiente", diz a arquiteta Graciela Piñero, 51.
Para ter uma cozinha de estar não é preciso ter uma morada gigantesca. Pelo contrário: muitos aderem a ela para ampliar o pouco espaço que têm em casa.
"Derrubei quatro paredes e integrei a cozinha à sala de jantar, ao living e ao "home theater'", diz Marco Américo Antonio, 34, diretor comercial de uma empresa da área de telecomunicações.
Agora, o banheiro que se cuide.
(BRUNA MARTINS FONTES)


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