FREE-LANCE PARA A FOLHA

Computadores e livros a postos, a primeira questão é: onde instalar o "home office"? Perto de tudo ou longe de todos?
A arquiteta Graciela Piñero, 51, afirma que não consegue trabalhar longe da família. "Mas, quando preciso de inspiração, prefiro um local mais reservado."
Como ela, muitos optam por montar sua bancada em áreas compartilhadas, como na sala ou em um cômodo aberto para os outros. A privacidade fica por conta de instalar ou não portas de correr para separar os ambientes.
Dá até para conectar o "home office" ao "home theater". "Pode-se aproveitar as estantes, interligar os equipamentos e até usar a televisão como monitor", explica a arquiteta Consuelo Jorge, 35.
Mas quem vê no silêncio um aliado para o trabalho pode recolher suas estantes, livros e teclado para um cômodo separado ou até mesmo uma edícula ou um sótão.
Isso só vale para os que vivem em uma casa espaçosa. "Na maioria das vezes, o cliente mora em um apartamento pequeno e junta o "home office" ao quarto de hóspedes ou à sala de TV", comenta o arquiteto Flávio Butti, 36.
Essa foi a idéia da comerciária Sonia Rodrigues do Nascimento, 46. Com intenções de atuar como consultora, ela montou em casa um "home office" que acumula a função de quarto de hóspedes.
"Mesmo que tenha gente em casa, posso trabalhar em um canto mais reservado", conta.
O consultor e produtor de eventos Juarez Camargo Júnior, 34, também pensa assim. Ele trabalha em casa a maior parte do tempo e elegeu o quarto como escritório. "Preferi não colocar na sala porque é uma parte social", diz.

Mais lugar, menos espaço
Uma parede ou um canto são suficientes para começar. As bancadas, por exemplo, podem partir de 1,30 m de comprimento por 70 cm de profundidade.
Gaveteiro volante sob a bancada, teclado de computador retrátil, gavetas mais finas e prateleiras ajudam a colocar mais coisas em menos espaço. Mas, para não se sentir espremido, arquitetos sugerem alguns truques que "aumentam" a área de trabalho.
O primeiro mandamento é verticalizar, ou acomodar livros e objetos em armários e estantes que se estendam parede acima para deixar a parte de baixo mais livre.
"O desenho da estante deve ser o mais leve possível, intercalando espaços fechados com abertos e usando cores claras", aconselha a arquiteta Telma Sabadin, 37.
Ela também sugere prateleiras que não sejam fundas -estantes com fundo de 25 cm a 30 cm já dão conta de segurar os livros.
Outra dica é pregá-las a uma distância de 60 cm acima da bancada, para não tornar o espaço apertado para quem está sentado.
"Acho interessante iluminar as estantes com lâmpadas minidicróicas, que são pequenas e eficientes", destaca a arquiteta Flávia Ralston, 42.
Mas nem todos conseguem trabalhar em ambientes restritos. O designer gráfico Rodrigo Nogueira Sommer, 29, que trabalha em casa "90% do tempo", reservou um quarto no terceiro andar para tocar seus projetos.
"Preciso de muito espaço, especialmente quando tenho de montar trabalhos de muitas páginas e visualizá-los como um todo", justifica Sommer.

Itens básicos
Apesar de parecer simples montar uma bancada, arrumar os livros e ligar o computador, antes de começar a riscar um projeto de escritório em casa, atenção especial deve ser dada a quatro itens: a bancada, a cadeira, a iluminação e a rede elétrica.
A bancada ou móvel para computador deve ter altura de 72 cm (quando o teclado fica em cima da mesa) ou de 75 cm (com bandeja para o teclado), segundo Butti.
Cadeiras com rodízios e bem ajustadas ao corpo evitam dores nas costas e problemas de postura e são fundamentais para quem passa muito tempo sentado.
As luzes também ajudam a compor um ambiente confortável. A arquiteta Consuelo Jorge recomenda combinar uma luz geral mais clara com uma fria.
Nas áreas de leitura e de trabalho, as companheiras mais recomendadas são as luminárias, para obter uma luz mais focada.
Uma dica para suavizar o ambiente é colocar um spot (luz embutida) em forro de gesso. Isso sem esquecer de evitar reflexos de luz na tela do computador.
E, antes de plugar tudo, é obrigatório checar se a fiação tem fôlego para comportar os aparelhos.
"A residência não foi pensada para ser escritório, então deve-se conferir se a rede suporta o equipamento", comenta o arquiteto Alvaro Guillermo, 42. "O "home office" também precisa acompanhar a entrada da banda larga e da fibra óptica", completa. (BMF)


Texto Anterior: Trabalho em casa: Há um "home office" para cada profissão
Próximo Texto: Futuro
Índice