São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008

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SOMBRA E CASA FRESCA

Projetar tamanho e posição das aberturas é primeiro passo para amenizar o aquecimento

Combate ao calor passa pelas janelas

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma saída para refrescar a casa é simplesmente abrir as janelas. Mas, para que as aberturas propiciem conforto térmico, a ventilação e a incidência da luz solar nos ambientes devem ser estudadas no projeto.
Na hora de pensar a ventilação, o primeiro ponto a ser analisado é o posicionamento do imóvel em relação às correntes de ar, que, em São Paulo, são mais fortes na face sul -o sol nasce à leste e se põe à oeste.
"É preciso aproveitar a ventilação cruzada", aponta a arquiteta Eleonora Zioni. "Não adiantará fazer uma janela em toda uma parede se não houver uma saída do lado oposto."
Locais com maior incidência solar direta ficarão mais quentes durante um longo período, exigindo freqüente troca de ar para não se tornarem uma sauna. É o caso de janelas de face norte, que "recebem o sol da manhã e o da tarde, mais quente", lembra Zioni.
A partir dessas informações, podem ser definidas as posições e as dimensões das janelas nos ambientes.
"Quanto mais área de vidro houver, maior será a troca de calor", diz o arquiteto Artur Proença. Isso faz com que o cômodo esquente mais rapidamente, mas também esfrie mais rapidamente.
Em uma construção de pé-direito mais alto, aberturas superiores podem ser o caminho de saída do ar quente, que sobe por ser mais leve que o ar frio.
Na casa de Sebastião Oliveira, 64, localizada na cidade de Boituva (117 km a oeste de São Paulo), essa foi uma das soluções arquitetônicas encontradas contra o calor excessivo.

Aberturas
"Aqui o clima é muito quente, queria uma casa que reduzisse a sensação de calor", explica o representante comercial, que se mudou para lá há nove anos.
No projeto, o arquiteto Artur Proença abriu janelas em frente ao mezanino para que o ar quente da sala possa sair por ali, enquanto o ar frio se mantém no andar inferior.
Para os dormitórios, a decisão foi pelo uso de varandas com portas de vidro, que aumentam o vão para ventilação.
"Tenho persiana em todas as janelas, durante o dia ficam fechadas, e a casa fica mais fresca. À noite eu abro as portas para ventilar", conta Oliveira.
Acostumado a projetos no quente interior paulista, Proença costuma trabalhar com beirais largos para aumentar a área de sombreamento em torno da casa.

Materiais
A arquiteta Brunete Fraccaroli indica esquadrias que transmitam menos calor para dentro de casa.
Nesse quesito, estruturas feitas de madeira e de PVC levam vantagem em relação às de alumínio e de ferro.
Na cobertura da construção, o cuidado é redobrado. Lajes exigem não só impermeabilização mas também isolante térmico. Existe no mercado uma manta de polipropileno com essa função.
No caso dos telhados, a indicação é instalar uma proteção entre as telhas e a laje. "Pode ser feita uma subcobertura com manta de alumínio que, durante o dia, dificulta a entrada do calor e, à noite, evita a sua saída", explica Proença. (CC)


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