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Hobby e manias ganham papel de companheiros
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Arquitetos e decoradores
afirmam que um ponto comum entre as pessoas que
moram sozinhas é a propensão a colecionar manias.
"É comum eles pedirem
que o espaço seja preenchido com hobbies. Tive uma
cliente que queria uma minihorta no terraço", conta a arquiteta Débora Aguiar, que
lembra de outro que solicitou uma mesa de bilhar.
A arquiteta Cristina Bozian assume que é cheia de
manias. "Meus cabides têm
de estar todos virados para o
mesmo lado, e minhas roupas são separadas por cor."
Além do cubo mágico que
mantém no criado-mudo,
uma pilha de revistas dá
apoio à lata de refrigerante,
que considera uma parceira
indispensável.
A arquiteta Consuelo Jorge
lembra que o desejo de um
cliente solteiro era ter no seu
quarto -que não tem separação do banheiro- uma
lareira e um ofurô.
Um "solteirão convicto"
radicalizou ao mudar-se para um apartamento novo,
conta a arquiteta e decoradora Lilian Melo. "Ele destruiu dois dos três dormitórios, ampliou muito o banheiro, onde colocou uma
hidro, e eliminou a parede
que o separava do quarto."
Outro cliente de Melo fez
questão de ter uma banheira
pequena para o cachorro.
Há quem aproveite a solidão não para cultivar manias, mas para conviver com
extravagâncias estéticas. Do
apartamento com móveis
antigos herdados de uma tia,
o arquiteto Alexandre Feraiorni destacou uma velha
geladeira vermelha. "A idéia
era assumir o cafona."
(NB)
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