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São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2003

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OBRA

Técnicas e materiais dispensam a marreta na hora de reformar, fazer manutenção ou redistribuir as redes elétrica e hidráulica

Planejamento hoje evita quebra amanhã

BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Engana-se quem pensa que, depois de fazer tanto esforço para levantar uma casa, colheres de pedreiro, prumos e marretas descansam no sétimo dia.
Pelo bem ou pelo mal, eles acabam voltando à ativa para rasgar pisos e paredes na hora de consertar ou modificar instalações, fazer mais cômodos ou trocar esquadrias e revestimentos.
Para ganhar em agilidade e limpeza quando for preciso fazer reparos ou reformas, especialistas ensinam como construir para não ter de quebrar mais tarde.
A mais inevitável de todas as opções é a necessidade de fazer alterações do que corre por dentro de pisos e paredes.
"A rede elétrica é a que mais sofre", diagnostica Giovanni Palermo, 47, vice-diretor do departamento de construção civil do Instituto de Engenharia.

Instalações
O grande "carrasco" da fiação é a tecnologia. Afinal, a rede deve ganhar mais capacidade e mais pontos para comportar sistemas de alarme, ar-condicionado, internet de banda larga e outros recursos em automação e telefonia.
Para preservar as paredes nesse caso, a dica de Palermo é colocar tubulações vazias a mais (ou com diâmetros maiores) para ter por onde passar a nova fiação.
"Como é difícil prever o que e quanto vai ser instalado, o projeto deve contemplar a interligação entre os cômodos e mais quadros de luz e pontos elétricos."
Outra maneira de afastar picaretas do chão e das paredes é facilitar o acesso ao encanamento.
Do lado de fora, há a opção de esconder canos de chuva, esgoto e água em canaletas cobertas no piso. Pisos intertravados de concreto são outras alternativas de fácil remoção, evitando a quebradeira.
As instalações também podem ficar aparentes. Nesse caso, para se prevenir contra rachaduras e vazamentos, o melhor é deixar o primeiro apoio da tubulação mais "apertado", servindo como ponto de ancoragem, e deixar os demais um pouco mais frouxos, recomenda o engenheiro Cid Pires Gusmão, 46, analista da Tigre.
"Como o encanamento fica mais sujeito a variações de temperatura, deve-se permitir a absorção dos efeitos de contração e dilatação para que não se rompa."
No interior da casa, como os canos passam por dentro da parede, a recomendação de engenheiros é não chumbá-los, e sim fixá-los com presilhas e cobri-los com gesso ou outros revestimentos.
Além da facilidade de acesso, evitar problemas com a fiação e com o encanamento é questão de zelar por sua boa instalação.
"Dimensionar bem o circuito elétrico evita o superaquecimento dos fios", comenta João Guilherme Aguiar, 43, engenheiro de aplicação do Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre).

Zelo
Para evitar vazamentos, Gusmão recomenda atenção aos detalhes. "Aquecer tubos de PVC para fazer curvas ou encaixes compromete sua resistência mecânica", explica. "Também se deve evitar conectar um tubo com rosca fêmea em roscas macho de peças metálicas, como chuveiros e registros, porque ela não tem boa resistência ao aperto excessivo."
Na cozinha, a bancada da pia pode ocultar a fiação e a tubulação de água, gás e esgoto e servir para facilitar a manutenção, como no sistema da Valcucine (veja quadro nesta página).
A bancada tem um recuo de cerca de 20 cm em relação à parede, o que facilita o acesso (pelo alto ou pelo lado) às instalações e a reconfiguração da disposição dos equipamentos, como pia e fogão.

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