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OBRA
Técnicas e materiais dispensam a marreta na hora de reformar, fazer manutenção ou redistribuir as redes elétrica e hidráulica
Planejamento hoje evita quebra amanhã
BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Engana-se quem pensa que, depois de fazer tanto esforço para levantar uma casa, colheres de pedreiro, prumos e marretas descansam no sétimo dia.
Pelo bem ou pelo mal, eles acabam voltando à ativa para rasgar
pisos e paredes na hora de consertar ou modificar instalações, fazer
mais cômodos ou trocar esquadrias e revestimentos.
Para ganhar em agilidade e limpeza quando for preciso fazer reparos ou reformas, especialistas
ensinam como construir para não
ter de quebrar mais tarde.
A mais inevitável de todas as opções é a necessidade de fazer alterações do que corre por dentro de
pisos e paredes.
"A rede elétrica é a que mais sofre", diagnostica Giovanni Palermo, 47, vice-diretor do departamento de construção civil do Instituto de Engenharia.
Instalações
O grande "carrasco" da fiação é
a tecnologia. Afinal, a rede deve
ganhar mais capacidade e mais
pontos para comportar sistemas
de alarme, ar-condicionado, internet de banda larga e outros recursos em automação e telefonia.
Para preservar as paredes nesse
caso, a dica de Palermo é colocar
tubulações vazias a mais (ou com
diâmetros maiores) para ter por
onde passar a nova fiação.
"Como é difícil prever o que e
quanto vai ser instalado, o projeto
deve contemplar a interligação
entre os cômodos e mais quadros
de luz e pontos elétricos."
Outra maneira de afastar picaretas do chão e das paredes é facilitar o acesso ao encanamento.
Do lado de fora, há a opção de
esconder canos de chuva, esgoto e
água em canaletas cobertas no piso. Pisos intertravados de concreto são outras alternativas de fácil
remoção, evitando a quebradeira.
As instalações também podem
ficar aparentes. Nesse caso, para
se prevenir contra rachaduras e
vazamentos, o melhor é deixar o
primeiro apoio da tubulação mais
"apertado", servindo como ponto
de ancoragem, e deixar os demais
um pouco mais frouxos, recomenda o engenheiro Cid Pires
Gusmão, 46, analista da Tigre.
"Como o encanamento fica
mais sujeito a variações de temperatura, deve-se permitir a absorção dos efeitos de contração e dilatação para que não se rompa."
No interior da casa, como os canos passam por dentro da parede,
a recomendação de engenheiros é
não chumbá-los, e sim fixá-los
com presilhas e cobri-los com
gesso ou outros revestimentos.
Além da facilidade de acesso,
evitar problemas com a fiação e
com o encanamento é questão de
zelar por sua boa instalação.
"Dimensionar bem o circuito
elétrico evita o superaquecimento
dos fios", comenta João Guilherme Aguiar, 43, engenheiro de
aplicação do Procobre (Instituto
Brasileiro do Cobre).
Zelo
Para evitar vazamentos, Gusmão recomenda atenção aos detalhes. "Aquecer tubos de PVC
para fazer curvas ou encaixes
compromete sua resistência mecânica", explica. "Também se deve evitar conectar um tubo com
rosca fêmea em roscas macho de
peças metálicas, como chuveiros e
registros, porque ela não tem boa
resistência ao aperto excessivo."
Na cozinha, a bancada da pia
pode ocultar a fiação e a tubulação de água, gás e esgoto e servir
para facilitar a manutenção, como no sistema da Valcucine (veja
quadro nesta página).
A bancada tem um recuo de cerca de 20 cm em relação à parede, o
que facilita o acesso (pelo alto ou
pelo lado) às instalações e a reconfiguração da disposição dos equipamentos, como pia e fogão.
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