São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2004

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MÚLTIPLA ESCOLHA

Recursos como o sistema tintométrico ajudam a achar o tom ideal; consultor orienta escolha da tinta

Tintas vibrantes aquecem o mercado

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Nos últimos cinco anos, a procura por tons como o branco e o gelo esfriou. Se representavam 75% das vendas de tintas, hoje esse percentual baixou para 60%.
Há pouco tempo, a preferência dos clientes era por pintar a casa com cores discretas -o que incluía o cinza e o camurça- , mas agora eles passam a se aventurar em busca de tons mais vívidos.
"Os consumidores têm buscado acabamentos mais requintados, diferentes do fosco", opina Fábio Ruiz, gerente de produtos da unidade química da Eucatex.
Ele acrescenta que o percentual de compras de galões de tintas coloridas está aumentando ano a ano, assim como a participação do acabamento acetinado.
A mola propulsora dessa mudança é o sistema tintométrico, que funciona quase como uma minifábrica de tintas, pois é possível escolher tonalidades em uma grande cartela de cores.
"Só ele dá a garantia futura da reprodução fiel da cor, como não era possível com as bisnagas de corantes", contextualiza Patrícia Fecci, gerente de produtos da Sherwin-Williams.
Se as pessoas estão mais dispostas a abandonar o pastel em favor de cores mais vivas, as preferidas são os tons de terra, amarelos, alaranjados e cítricos (verdes), segundo Valéria Tavares, coordenadora do Grupo Pró-Cor do Brasil.
O arquiteto João Carlos de Oliveira Cesar, consultor de cores em ambientes e professor da FAU-USP, lembra que a tradição do paulista remete à imigração italiana dos anos 1920 e 30 e é colorida. "Basta lembrar do vermelhão da cozinha das nossas avós", aponta.

Combinação de cores
A dona-de-casa Ana Rosa Carvalho da Silva, 39, diz que sonhava colocar cor nas paredes de seu novo apartamento, mas confessa que se sentia "perdida". Resolveu procurar um consultor de cores para pedir sugestões.
"Quando aprovamos as cores mais ousadas, ficamos meio inseguros. Mas valeu a pena. O consultor nos deu a medida certa das cores e dos tons", conta.
No quarto do casal, o abóbora foi aplicado na parede em frente à cama e nas extremidades da parede da cabeceira, em contraste com o branco.
Já no quarto do filho Tiago, 14, desenhos geométricos se cruzam no ar, brincando com uma paleta de azuis, verdes, cinzas e amarelos, quase todos em tons pastel.
A arquiteta Andrea Leitner prefere o contraste entre pontos de intensa luminosidade que chamem a atenção e dêem a sensação de amplitude -como paredes pintadas de branco- e cenas quentes, que promovam o aconchego. "Esse jogo de atrair e envolver é bastante interessante."
A diversidade cromática é a meta para João Carlos Cesar. "O predomínio de uma cor quente vibrante pode e deve ser quebrado com móveis de madeira e plantas. E os tapetes servem bem como compensação de cores", pondera.
Essa ousadia na hora de escolher o revestimento das paredes tem futuro, segundo fabricantes. "O consumidor pode hoje pintar não só para "limpar" mas também para obter a cor com que sonhou", afirma Dilson Ferreira, presidente da Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas). "O sistema tintométrico reproduz a cor com exatidão. Basta anotar seu código."
"A tendência é ajudar o consumidor a escolher os produtos bons. Mas isso não vai acontecer de uma hora para outra. O cliente é enganado e, muitas vezes, tem até vergonha de reclamar", completa Douver Martinho, diretor da Tintas Universo.(NB)

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