Combinar proteção contra insolação a aberturas para ventilação dispensa ar-condicionado

DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Junto com o verão, o calor bate à porta -e também em janelas, paredes e telhados-, transformando algumas casas em fornos. Combater o efeito estufa com ar-condicionado é uma opção cara e ambientalmente condenável. Assim, especialistas defendem que o melhor é cortar o mal pela planta.
"As pessoas culpam o clima, mas a própria construção é responsável pelo calor. Depois de pronto o edifício, poucas e caras correções podem ser feitas", afirma o arquiteto Maurício Roriz, professor da Universidade Federal de São Carlos.
Incorrigível, por exemplo, é a orientação errada de fachadas. Em São Paulo e nas demais cidades do hemisfério Sul, elas não devem voltar-se para oeste, porque a radiação solar nessa direção é mais intensa quando a temperatura é mais alta. O ideal é projetar janelas na face norte, com brises horizontais (tipo de quebra-sol).

Proteção e ventilação
Em reformas, assim como na planta, a regra é combinar proteção contra insolação e aberturas para ventilação, explica a professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Lucila Labaki, 63, especialista em conforto ambiental.
Para evitar a incidência direta do sol nas janelas, o melhor é adotar proteções externas, como brises, pergolados (tipo de suporte revestido por plantas), beirais, toldos e marquises.
Se mudanças na fachada são limitadas, como em apartamentos, a saída são modelos especiais de cortinas, com maior reflexão de raios solares e baixa transmissão de calor.
Tintas claras amenizam o calor parede abaixo. A decoradora e paisagista Léa Carvalho, 77, sugere substituí-las por cal vegetal aplicada diretamente no reboco, que, por ser branca, absorve apenas de 10% a 15% do calor -"e dá um ar rústico".
Para reforçar o efeito de cortinas e tintas, a solução é recorrer a ventilador, climatizador, umidificador, exaustor e, em último caso, ar-condicionado.


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