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Guarda da chuva
Norma
da ABNT orienta projetos de sistema para aproveitar água pluvial
Leo Caobelli/Folha Imagem
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Chuva alimenta a cascata no condomínio onde Claudio Junior e Cristina Müller compraram imóvel |
DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL
Do oceano de 1.500 milímetros de chuva que deságuam
anualmente sobre São Paulo, é
possível guardar alguns litros
em casa para regar o jardim e
lavar o carro ou a calçada.
Um sistema residencial de
armazenamento de chuva custa a partir de R$ 1.500. Na instalação, aproveitam-se calha e
condutores pluviais e incluem-se filtros e reservatórios.
O projeto precisa ser bem
planejado para assegurar a qualidade da água, que só deve ser
usada para fins não potáveis.
"A água da chuva tem substâncias tóxicas e bactérias. A ingestão e o contato com pele e
mucosas causam doenças",
alerta Racine Prado, 52, da Poli-USP (Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo.
"Também não é recomendável usá-la na lavagem de roupas", ressalta Plínio Tomaz, 66,
coordenador de uma nova norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas),
publicada em setembro e que
dá parâmetros para projetos de
aproveitamento de chuva.
As medidas para reduzir o
perigo de contaminação começam pela captação, que deve ser
feita no telhado ou na laje.
"Não pode ser feita no piso,
área de circulação exposta a
urina e fezes de animais domésticos e a produtos como
querosene", alerta Rodrigo
Moruzzi, 32, professor da
Unesp (Universidade Estadual
Paulista) de Rio Claro.
Tela ou grade na ponta do
condutor de águas pluviais barra folhas e gravetos. Quando a
chuva carrega a fuligem acumulada no telhado e no ar,
principalmente após estiagens,
deve-se instalar um reservatório de autolimpeza para descartar os primeiros jatos.
O tratamento fica completo
com a desinfecção da água, feita
com cloro, por ozonização ou
radiação ultravioleta.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda o cloro, mais eficiente e mais barato
que as demais alternativas, que
não têm resultados comprovados. A concentração deve ficar
entre 0,5 mg/l e 0,3 mg/l.
Filtro na laje
Ao construir sua casa, a professora Leda Rubiano, 56, fez
questão de um sistema de aproveitamento de chuva.
A cobertura de laje, sem telhas, facilitou a colocação de
um filtro lento de brita e areia,
que retém sujeiras maiores.
A água passa por dois filtros,
um deles para substâncias químicas. Coliformes fecais são
neutralizados pelas bóias de
cloro nas três caixas-d'água, de
3.000 litros cada uma.
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