São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2007

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Guarda da chuva

Norma da ABNT orienta projetos de sistema para aproveitar água pluvial

Leo Caobelli/Folha Imagem
Chuva alimenta a cascata no condomínio onde Claudio Junior e Cristina Müller compraram imóvel


DÉBORA FANTINI

DA REPORTAGEM LOCAL

Do oceano de 1.500 milímetros de chuva que deságuam anualmente sobre São Paulo, é possível guardar alguns litros em casa para regar o jardim e lavar o carro ou a calçada.
Um sistema residencial de armazenamento de chuva custa a partir de R$ 1.500. Na instalação, aproveitam-se calha e condutores pluviais e incluem-se filtros e reservatórios.
O projeto precisa ser bem planejado para assegurar a qualidade da água, que só deve ser usada para fins não potáveis.
"A água da chuva tem substâncias tóxicas e bactérias. A ingestão e o contato com pele e mucosas causam doenças", alerta Racine Prado, 52, da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
"Também não é recomendável usá-la na lavagem de roupas", ressalta Plínio Tomaz, 66, coordenador de uma nova norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), publicada em setembro e que dá parâmetros para projetos de aproveitamento de chuva.
As medidas para reduzir o perigo de contaminação começam pela captação, que deve ser feita no telhado ou na laje.
"Não pode ser feita no piso, área de circulação exposta a urina e fezes de animais domésticos e a produtos como querosene", alerta Rodrigo Moruzzi, 32, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Rio Claro.
Tela ou grade na ponta do condutor de águas pluviais barra folhas e gravetos. Quando a chuva carrega a fuligem acumulada no telhado e no ar, principalmente após estiagens, deve-se instalar um reservatório de autolimpeza para descartar os primeiros jatos.
O tratamento fica completo com a desinfecção da água, feita com cloro, por ozonização ou radiação ultravioleta.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda o cloro, mais eficiente e mais barato que as demais alternativas, que não têm resultados comprovados. A concentração deve ficar entre 0,5 mg/l e 0,3 mg/l.

Filtro na laje
Ao construir sua casa, a professora Leda Rubiano, 56, fez questão de um sistema de aproveitamento de chuva.
A cobertura de laje, sem telhas, facilitou a colocação de um filtro lento de brita e areia, que retém sujeiras maiores.
A água passa por dois filtros, um deles para substâncias químicas. Coliformes fecais são neutralizados pelas bóias de cloro nas três caixas-d'água, de 3.000 litros cada uma.


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