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GUARDA DA CHUVA
Reservatório é item mais caro do sistema
Tamanho depende de índice pluviométrico, área de captação e quantidade de água necessária para o uso
DA REPORTAGEM LOCAL
O reservatório é o item mais
caro de um sistema de aproveitamento de chuva -custa de
70% a 90% do valor total.
Pode ficar exposto ou enterrado. É a área disponível que
definirá o modelo, mas ambos
exigem seus cuidados.
"Se ficar enterrado, deverá
ser bem estanque", explica o
professor Rodrigo Moruzzi. "Se
for do tipo apoiado, deverá ser
protegido do sol, já que calor e
luz favorecem o desenvolvimento de algas."
O cálculo de sua capacidade
leva em consideração a demanda, o índice pluviométrico da
região e a área de captação.
"Se o reservatório for muito
grande, será subaproveitado na
época de seca", orienta Simone
May, 29, doutoranda em engenharia sanitária na Poli-USP.
O sistema da casa de Leda
Rubiano, que fica em Barueri
(Grande São Paulo), custou
R$ 3.500, o equivalente a 0,5%
do total da obra.
A água abastece as descargas
dos seis banheiros e irriga o jardim de 400 m2. Segundo Rubiano, a conta ficou R$ 100 mais
cara depois que a água das chuvas do início do ano se esgotou.
Adaptar um sistema de aproveitamento de chuva a construções prontas é complicado.
Para usar essa água na descarga, deve-se fazer uma tubulação extra, evitando contaminar a da concessionária.
De fábrica
Alguns prédios já estão vindo
"de fábrica" equipados com essa tecnologia sustentável.
Os bancários Claudio Bernardo da Silva Junior, 31, e sua
noiva, Cristina Müller, 30, são
donos de um apartamento recém-entregue num condomínio no Butantã (zona oeste)
com captação de chuva, usada
para regar jardins.
Mas, segundo Junior, equipamentos sustentáveis não
constavam da lista de prioridades quando ele e a noiva procuravam um imóvel.
"Água custa relativamente
pouco, a preservação ambiental
vem primeiro", diz Junior.
O apartamento de 63 m2 está
avaliado em R$ 140 mil. Segundo a incorporadora Esfera, o
sistema de aproveitamento de
chuva representa de 0,35% a
0,5% do custo da obra e os 14
itens sustentáveis do empreendimento deverão reduzir o
condomínio de 20% a 30%.
"A norma é um respaldo
científico para as construtoras,
para que não haja riscos para os
futuros moradores", aponta o
coordenador Plínio Tomaz.
"Refere-se a um projeto de
engenharia e arquitetura, não é
um manual para leigos."
O professor universitário
Zysman Neiman, 45, usou seus
conhecimentos como educador ambiental e contou com a
ajuda do mestre-de-obras para
instalar um sistema de aproveitamento ao reformar sua casa
na Vila Mariana (zona sul).
O telhado tem 70 m2, e o reservatório é uma caixa-d'água
comum de 2.000 litros.
"Ele enche com uma chuva
de 15 minutos. Uso para regar o
pomar e para lavar calçados e
panos de chão", conta Neiman.
Ele diz não usar nenhum método de desinfecção, só lavar a
caixa-d'água uma vez por ano.
Tomaz adverte que é arriscado não tratar a água de chuva,
"principalmente se houver
crianças na casa".
(DF)
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