São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2007

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GUARDA DA CHUVA

Reservatório é item mais caro do sistema

Tamanho depende de índice pluviométrico, área de captação e quantidade de água necessária para o uso

DA REPORTAGEM LOCAL

O reservatório é o item mais caro de um sistema de aproveitamento de chuva -custa de 70% a 90% do valor total.
Pode ficar exposto ou enterrado. É a área disponível que definirá o modelo, mas ambos exigem seus cuidados.
"Se ficar enterrado, deverá ser bem estanque", explica o professor Rodrigo Moruzzi. "Se for do tipo apoiado, deverá ser protegido do sol, já que calor e luz favorecem o desenvolvimento de algas."
O cálculo de sua capacidade leva em consideração a demanda, o índice pluviométrico da região e a área de captação.
"Se o reservatório for muito grande, será subaproveitado na época de seca", orienta Simone May, 29, doutoranda em engenharia sanitária na Poli-USP.
O sistema da casa de Leda Rubiano, que fica em Barueri (Grande São Paulo), custou R$ 3.500, o equivalente a 0,5% do total da obra.
A água abastece as descargas dos seis banheiros e irriga o jardim de 400 m2. Segundo Rubiano, a conta ficou R$ 100 mais cara depois que a água das chuvas do início do ano se esgotou.
Adaptar um sistema de aproveitamento de chuva a construções prontas é complicado.
Para usar essa água na descarga, deve-se fazer uma tubulação extra, evitando contaminar a da concessionária.

De fábrica
Alguns prédios já estão vindo "de fábrica" equipados com essa tecnologia sustentável.
Os bancários Claudio Bernardo da Silva Junior, 31, e sua noiva, Cristina Müller, 30, são donos de um apartamento recém-entregue num condomínio no Butantã (zona oeste) com captação de chuva, usada para regar jardins.
Mas, segundo Junior, equipamentos sustentáveis não constavam da lista de prioridades quando ele e a noiva procuravam um imóvel.
"Água custa relativamente pouco, a preservação ambiental vem primeiro", diz Junior.
O apartamento de 63 m2 está avaliado em R$ 140 mil. Segundo a incorporadora Esfera, o sistema de aproveitamento de chuva representa de 0,35% a 0,5% do custo da obra e os 14 itens sustentáveis do empreendimento deverão reduzir o condomínio de 20% a 30%.
"A norma é um respaldo científico para as construtoras, para que não haja riscos para os futuros moradores", aponta o coordenador Plínio Tomaz.
"Refere-se a um projeto de engenharia e arquitetura, não é um manual para leigos."
O professor universitário Zysman Neiman, 45, usou seus conhecimentos como educador ambiental e contou com a ajuda do mestre-de-obras para instalar um sistema de aproveitamento ao reformar sua casa na Vila Mariana (zona sul).
O telhado tem 70 m2, e o reservatório é uma caixa-d'água comum de 2.000 litros.
"Ele enche com uma chuva de 15 minutos. Uso para regar o pomar e para lavar calçados e panos de chão", conta Neiman. Ele diz não usar nenhum método de desinfecção, só lavar a caixa-d'água uma vez por ano.
Tomaz adverte que é arriscado não tratar a água de chuva, "principalmente se houver crianças na casa". (DF)


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