ENVIADA ESPECIAL A CUIABÁ

O trabalho de cooperativas de artesãos mato-grossenses que criam itens de mesa e mobiliário com bambu aporta em São Paulo a partir do mês que vem.
Mais de 7.000 peças -como fruteiras, revisteiros, cabideiros, bandejas, jogos de mesa e porta-revistas- serão vendidas nas lojas da Tok & Stok.
As cooperativas agrupam 45 habitantes da chapada dos Guimarães (que fica a 70 km de Cuiabá) e 50 de Santo Antônio do Leverger (a 30 km da capital), os municípios mais pobres do Estado.
Acostumados com atividades de pesca e de serviços por empreitada, eles aprenderam a manejar o bambu e montaram uma linha de produção que conta com itens como a linha Camaleão (peças que formam móveis como mesas e porta-CDs), lançada na Casa Cor do Estado neste ano.
Também desenvolvem um kit de brinquedos montáveis, mas as duas últimas linhas ainda não são vendidas em lojas de São Paulo.

Alcoolismo
"É um trabalho de resgate, pois muitos não tinham ocupação anterior ou enfrentavam problemas como o alcoolismo", define Dalila Jabar Torre do Vale, 42, coordenadora do programa de desenvolvimento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) mato-grossense.
O Sebrae, as prefeituras, empresários locais e a Bamcrus (Bambuzeria Cruzeiro do Sul) atuaram em parceria para ensinar as técnicas de trabalho com bambu aos artesãos e financiar a compra de equipamentos para as oficinas.
Depois de prontas as peças, a avaliação de qualidade fica a cargo de técnicos da Universidade Federal do Mato Grosso.
Os produtos das bambuzerias já foram expostos em feiras e são vendidas em lojas de Cuiabá. A renda vai para os artesãos. (BMF)