São Paulo, domingo, 15 de março de 2009

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Uso de caçamba requer triagem de materiais

Ao contratar o serviço, devem-se especificar tipos a serem descartados


Contêiner da empresa Montanha Caçamba recebe entulho em obra na Vila Mascote (zona sul); seu período máximo de permanência no local é de 72 horas

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As caçambas são o ponto final da quebradeira de uma reforma -é para lá que vai o entulho que se deve jogar fora.
Mas, antes de despejar tudo no contêiner, é preciso obedecer a certas regras. A principal delas é separar os tipos de material que serão descartados.
São as características dos resíduos que definem o local de descarte. Por isso, o conteúdo da caçamba deve ser informado à empresa que fará o transporte até um aterro ou ATT (Área de Transbordo e Triagem).
Cássia de Assis, professora de engenharia civil da Escola de Engenharia Mauá, sugere que a separação aconteça desde as primeiras etapas da obra.
"Se é feita uma triagem, fica bem mais fácil entregar o material depois. A separação é impossibilitada quando, por exemplo, uma casa é inteiramente demolida", aponta.
Os resíduos gerados pela construção civil estão divididos em quatro classes, de acordo com a resolução nº 307 de 2002 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
Os mais fáceis de reciclar -restos de tijolos, argamassa, concreto e revestimentos- compõem a classe A e são chamados de "entulho limpo".
"Triturados, esses materiais são usados como agregados não-estruturais, como na pavimentação", diz Cássia de Assis.
A classe B é formada por materiais recicláveis em outras indústrias, como madeira, papelão, vidro e plástico.
As classes C e D são as de itens de maior dificuldade de reciclagem, como gesso, tintas, solventes e óleos. Como há menos locais de descarte, o transporte da caçamba é mais caro.
Para Inácio Julião da Silva, 67, dono da empresa de remoção de entulho Montanha Caçamba, a disparidade entre o que se pode pôr na caçamba e o que é realmente depositado ali configura seu maior problema.
"Embaixo colocam o que não pode [não foi acordado], como papelão e plástico", conta.
"Ao chegar na área de triagem e transbordo [onde a caçamba deixa o entulho], muitas vezes temos que ir a outro local para deixar um material que nem deveríamos ter coletado."
Há diferença de preços dependendo do que se deseja despejar no contêiner. Na empresa de Silva, eles vão de R$ 150 a R$ 220 por caçamba contratada por até 72 horas -tempo máximo de permanência.

Cadastradas
Antes de ligar para o telefone de um contêiner avistado na rua, cheque se a empresa é cadastrada no Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) do município (veja quadro).
Para evitar que os detritos sejam deixados em qualquer esquina ou terreno baldio, peça comprovante da área onde a empresa descarrega o entulho.
O local deve constar na nota do serviço e ser licenciado pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), no caso de aterros públicos, ou pela prefeitura, em relação a ATTs particulares.


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