Decoração de uma cor só aguça sentidos, mas confunde percepção espacial

DÉBORA FANTINI

Renato Stockler/Folha Imagem

Marcus Vieira adotou a cor preta com pano de fundo para obras de arte e festas temáticas

Tudo azul, verde, amarelo, vermelho, preto ou branco. Há quem pince do arco-íris uma única cor para dar o tom da decoração de um cômodo ou até mesmo de toda a casa.
A monocromia está mais para tema que para tendência -escolhido por inspiração artística, sugestão cromoterapêutica ou simples afinidade com determinada cor.
A eleita predominante, contudo, deve ser respingada por outras cores: um ambiente todo monocromático tem efeito atordoante -tons diferentes ajudam a distinguir volumes.
"Um espaço equilibrado traz segurança. Hospitais não deveriam ser inteiramente brancos. Chão, parede e teto precisam estar bem definidos para trazer conforto", explica o professor da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) João Carlos de Oliveira Cesar, 50, especialista em cores e percepção ambiental.

Branco total
No topo da preferência na decoração com uma cor, o branco total denota limpeza e novidade e pode ser uma resposta à poluição visual.
"Ele funciona como fundo neutro para reordenar informações", explica o professor da FAU-USP Carlos Zibel, 62.
O estilo "clean" surgiu na esteira do minimalismo, nos anos 70, e tornou-se um clássico constantemente atualizado. "A chance de erro ao usar o branco é remota", justifica a arquiteta e decoradora Bya Barros, que assinou uma sala de TV alvíssima na última CasaCor.
Mas, para Cesar, trata-se de uma escolha "antinatural". "Basta lembrar que os pólos, imensidões brancas, são inóspitos", ressalta o professor.


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